O Contador

 

Inicialmente, o personagem principal de “O Contador” pode não parecer autista, o que nos faz duvidar da direção de Gavin O’Connor (The Tudors) ou da atuação de Ben Affleck, mas em pouco tempo essa sensação se mostra equivocada. O que acontece é que existem vários níveis e tipos diferentes de autismo, no caso de Christian Wolf, ele tem a “Síndrome de Asperger” (considerado nível 1 de  autismo, onde não há  prejuízo neurológico ou verbal). Os principais sintomas desta síndrome são dificuldade de interação social, comportamentos repetitivos e compulsivos, porém, se tratados corretamente, o portador pode ter uma vida normal até mesmo com imersão social. Com relação à inteligência,  absurdamente acima da média, não preciso nem comentar. Este filme serve, também, para acabar com o preconceito.
A história gira em torno de três tramas diferentes que acabam se amarrando em torno de Christian Wolf (Ben Affleck). Inicialmente, um pai e dois filhos são abandonados pela mãe, sendo um dos filhos portador de asperger. O pai cria métodos para ajudar o desenvolvimento de seu filho (e o faz com maestria), logo,  os dois irmãos tornam-se especialistas em artes marciais e tiro. Em outra parte, o agente federal do Tesouro Ray King (J.K Simmons, mais conhecido por Whiplash e Avatar) chama a analista Maybeth Medina (Cynthia Addai-Robinson) para investigar Wolf, como ela se recusa, ele a chantageia com pequenos crimes que ela cometeu em seu passado.
Já na terceira trama, Wolf é um contador que trabalha em uma firma de dois irmãos, quando conhece a bela Dana Cummings interpretada por Anna Kendrick (Pitch Perfect). O interesse romântico entre os dois é sentido há quilômetros, mas, além disso, eles são contratados para descobrir um rombo nas contas da empresa. Porém, no meio do caminho, após o aparente suicídio de um dos envolvidos no desvio financeiro, seu chefe o demite e cessa as investigações, só que, não parando por ai, os dois se tornam alvo de bandidos que querem eliminá-los de qualquer maneira. Ainda bem que ele é um mestre em tiro e treinamento militar.
O filme é muito mais do que eu poderia descrever, elenco de primeira, história maravilhosamente bem amarrada, ação e adrenalina em cada minuto sem tom de charlatanismo estilo MacGyver. Trilha sonora totalmente sincronizada com a trama, belas obras de arte são mostradas, além de amizade, companheirismo, amor fraterno e romance. Não falta absolutamente nada para “O Contador” ser um sucesso.
Por Luciana Costa

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