Uma série completamente fora do que estamos acostumados a ver. Uma comédia dramática, mas que envolve também ficção científica. Apesar do elenco contar com Ray Romano (ator de Everybody Loves Raymond) e Cristin Milioti (conhecida por interpretar a mãe em “How I met your mother”), não há romance ou qualquer elemento de um típico sitcom. Além de entreter e instigar curiosidade, a série traz ainda reflexões sobre questões envolvendo a alienação causada pelo uso desmedido de tecnologia e ainda a mania dos cientistas de brincar de Deus.

Na trama Hazel (Cristin Milioti) vive com seu marido, o magnata da tecnologia Byron (Billy Magnussen), em um lugar paradisíaco chamado “The Hub”. O local fica em uma ilha isolada que ninguém no mundo sabe a localização, tudo lá dentro é realidade virtual. Byron é o fundador da Gogol (uma inteligente piada e analogia com a Google). Ele desenvolve tecnologias absurdas e hábitos extremamente estranhos para ele e sua esposa.

Quando Byron anuncia que criou um chip para sincronizar e vigiar os pensamentos de sua parceira, Hazel que já era extremamente vigiada decide fugir, e é ajudada por um golfinho que praticamente consegue se comunicar por ser modificada e estudada na propriedade.

As estranhezas e nonsense da série não param por aí, Hazel vai se refugiar na casa de seu Pai, Hubber (Ray Romano), conhecido como o pervertido da cidade por viver com uma boneca inflável como se fosse sua esposa. Apesar do comportamento nada comum, ele é uma boa pessoa e irá ajudar a filha no que puder.

A trama trás várias nuances tentando mostrar ao expectador como a tecnologia pode ser danosa, a unificação do ser humano através da internet e mais a falsa ideia de perfeição ditada pelas redes sociais. Além disso, vale a reflexão de que deve haver um limite para a ciência.

Byron é um personagem extremamente complexo, ama Hazel de forma doentia, esta por sua vez, só quer se livrar dele, mas isso se torna cada dia mais difícil de formas diferentes. Temos vários momentos cômicos e mais outros que fazem o expectador roer os dentes.

A série ainda não foi renovada para uma terceira temporada, mas o desfecho da segunda é capaz de encerrar a trama de forma digna e condizente a trama. Pena que não conseguimos descobrir completamente as motivações e nuances de Byron.