Foi com pesar e com felicidade que eu cheguei ao final de La Casa de Papel. Feliz porque teve um final satisfatório e triste porque acabou. Não teremos mais nada deles. Quer dizer, a Dona Netflix confirmou uma série derivada do Berlim (não deixam o cara descansar em paz) e um remake coreano da trama. Pode vir a matar a saudade, mas não será a mesma coisa, verdade seja dita. Me diverti e me irritei bastante durante todo o projeto da série e nesse final não seria diferente.

Eu tive amor e ódio por La Casa de Papel. A história é bem boa, ela te deixa na ponta do pé em vários momentos, mas vira e mexe tinha algum escape do roteiro que me deixava nervoso de tão sem noção que era. As dificuldades que o Professor enfrentava e como ele saía delas sempre foram incríveis e foi isso que elevou a série a todo o seu sucesso. O problema disso é que no meio do caos as pessoas resolvem que dá tempo de transar e que tá tudo bem. Denver e Estocolmo tiram os fones, vão transar no cofre enquanto o exército está invadindo o local e logo após a morte de um companheiro. ISSO NÃO ME FAZ SENTIDO. Sem contar também o Helsinque que quase teve sua perna amputada e no final já tava andando como se tivesse tido só um arranhão.

Isso tudo dá aquele clima novelesco e dá a sensação de que o roteiro tá de brincadeira com a sua cara. Eu posso simplesmente passar pano para esses momentos, pois acho que a série é muito mais que isso. Torci muito para que desse tudo certo em seu plano. Tivemos algumas baixas durante o caminho, mas o final ainda foi gratificante. Tivemos tempo ainda para um grande plot twist em seus episódios finais. A presença do filho do Berlim com a Tatiana nos deixou com raiva e muito surpreendidos e tudo poderia ter se resolvido com uma conversa de velhos amigos.

Gostei também do fato da Sierra ter se juntado ao grupo em seus momentos finais. Ela certamente foi uma grande antagonista que bateu de frente com o Professor e foi memorável para a série. Só que todo mundo esqueceu o quanto ela foi cruel tendo torturado o Rio e usado a filha da Nairobi contra ela. Ficou por isso mesmo. Graças a Deus nesse Volume 2 não tivemos mais as pestes do Arturito e do Gandía, 2 vilões que conseguiram nos enervar em vários momentos.

Achei o último episódio muito corrido. Tudo tinha que ser resolvido nele. Apesar dele ter tido mais de 1 hora de duração, ainda tinha muitas pontas soltas. Acredito que tenham fechado tudo, mas foi tudo muito rápido. Gostaria de ter visto um pouco deles fora do banco vivendo a vida após o maior assalto da história da Espanha. Por falar nisso, todo o roubo foi bem genial, embora usassem muito o recurso de ex machina no roteiro. Pelo making off eu vi que tudo foi feito em base de especialistas para deixar ele o mais crível possível.

Incrível também como a série subiu de padrão. As suas 2 primeiras temporadas foram bem simples e essas 3 últimas tecnicamente ficaram impecáveis demais. Tudo muito lindo. Infelizmente acabou e vou ter que achar um outro vício para focar. O importante é que mesmo com muito erros ali e aqui, ela ainda pode ser considerável memorável. Para quem nunca viu, recomendo bastante e para quem já viu fique liberado para discordar de qualquer coisa do que falei.

Todas as temporadas de La Casa de Papel se encontram na Netflix.