Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou
O documentário tem a proposta de prestar uma homenagem ao icônico e consagrado diretor Hector Babenco através dos olhos de sua esposa, fã e aluna que acompanhou seus últimos dias. Apesar de muito bem intencionado, o filme acaba sendo um pouco pretensioso. Com intenção grandiosa, acaba parecendo realmente o trabalho de um aluno que ainda está aprendendo e não de um profissional.
Sinopse: “Hector Babenco foi um cineasta que viveu e morreu realizando o que fazia sua vida ter algum sentido: A sétima arte. Em relatos marcantes sobre as memórias, amores, reflexões, intelectualidade e a frágil condição de saúde de Babenco, o documentário revela como o seu amor pelo cinema o manteve vivo por tantos anos.”
A atriz e diretora estreante Barbara Paz optou por um tipo de filmagem mais verídico com ar mais caseiro sendo intercalado com cenas poéticas tanto de alguns trabalhos de Babenco como de bastidores de suas realizações. Fazendo com que o longa pareça ao mesmo tempo um adeus e uma retrospectiva.
O filme arrecadou vários prêmios como o de Melhor Documentário no Festival de Veneza 2019. Agora é o candidato do Brasil ao Oscar 2021 na categoria Melhor Filme Estrangeiro. “Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou” veio colocar o rico universo dos documentários brasileiros no mapa e prestar esta última homenagem à um dos grandes gênios do cinema.
Se há algo para não se gostar no longa é o desconforto de ver um ícone de forma tão frágil. Acaba-se por explorar últimos momentos de pouca lucidez de um homem que está a beira da morte. Por esse motivo, perde um pouco da beleza de sua intenção de homenagem e cai na tristeza. Sendo salvo por cenas nostálgicas narradas e apadrinhadas pelo próprio Babenco.