Eu Só Posso Imaginar
Embora eu acredite em uma força poderosa além da morte, não me considero uma pessoa religiosa. Não gosto de filmes e nem de músicas gospel, mas temos aqui um belo exemplo de uma música com uma história para ser contada. “Eu Só Posso Imaginar” (I Can Only Imagine, no original) é o nome da música religiosa mais escutada do mundo feita pela banda MercyMe. Particularmente nunca a tinha ouvido antes e nem tinha ouvido falar de tal banda, mas confesso que a mensagem aqui é forte e que talvez todos nós precisemos.
Sinopse: “Bart é vocalista de uma banda cristã e tem um relacionamento conturbado com seu pai, que sempre o maltratou e nunca entendeu seu amor pela música. Com as forças de Deus, Bart resolve então eternizar sua relação em uma canção, “I Can Only Imagine”.”
Desde o começo do longa eu senti uma aura muito forte de telefilme. Aquela forma de filmagem simples, atores desconhecidos e com algumas interpretações não lá muito convincentes já me dava a impressão que logo teríamos um corte para a propaganda. Mas não se engane por isso, apesar desse jeito caseiro, a história consegue ser bem contada de uma forma que entendemos a vida conturbada do personagem principal e que conseguimos entender ao final da projeção o poder da letra da música que dá nome ao filme.
Vivemos em um época em que coisas como o amor, o perdão e o poder de uma amizade estão muito desvalorizadas. E acredito que essa é a grande lição que o filme quer nos trazer. É possível perdoar alguém que infernizou a sua vida e que te colocou pra baixo durante anos? E se essa pessoa quiser tentar provar para você que mudou, não vale a pena dar uma chance para ela? Podemos estar perdendo pessoas incríveis em nossas vidas por causa do nosso orgulho e da nossa falta de compaixão. Esse é o dilema principal de Bart, vivido por J. Michael Finley (que debuta como ator), e seu pai, vivido por Dennis Quaid (Alta Frequência), que culmina na epifania de escrever a letra da canção já citada.
Uma ótima história familiar com leveza, emoção e com lições de moral que podemos trazer para as nossas vidas. Amo quando saio da sala de cinema pensando em como uma história pode me mudar e como posso levar isso para a minha vida. Este filme com certeza conseguiu fazer isso comigo. Realmente saí pensando em perdoar pessoas que tirei da minha vida por terem me machucado, e também esperando ser perdoado por coisas que fiz também. Temos aqui mais que um filme, temos aqui uma lição de vida.