Lady Bird: A Hora de Voar
Eu adoro a jovem atriz Saoirse Ronan, por isso fiquei empolgada ao vê-la no páreo para o Globo de Ouro e o Oscar. Não entendo até agora porquê seu filme anterior (Brooklyn) não teve maior visibilidade. Não estou dizendo que ele tenha sido o melhor para ganhar a estatueta de ouro do ano de 2016 – gostei bem mais de Spotlight – e achei a vitória de Brie Larson extremamente merecida, porém, quando soube quais eram os indicados, a sinopse e o trailer foram os que mais me interessaram, dentre os outros, por uma questão de gosto pessoal. E ao assistí-lo, não me decepcionei nem um pouco. Infelizmente, a decepção veio com Lady Bird: A Hora de Voar.
O filme conta a história de uma adolescente em seu último ano de um colégio extremamente religioso, de família relativamente pobre (embora não falta a eles nada), que é uma típica rebelde sem causa. Christine quer ser chamada de Lady Bird de qualquer jeito, sabe-se lá porquê. Ela é revoltada com a vida medíocre de cidade pequena sem possibilidades de subir socialmente que leva, vendo o irmão que estudou administração, e agora trabalha como caixa de supermercado, ela tem verdadeiro pânico de ser igual. Assim, ela sonha com universidades caras, top de linha em Nova York, mas a questão é que seus pais não tem dinheiro para pagar e nem ela tem notas suficientes para conseguir uma bolsa de estudos.
A produção, dirigida por Greta Gerwig, foca principalmente nos conflitos entre mãe e filha. Temos ai uma mãe pé no chão, revoltada com as ambições da filha (interpretada brilhantemente por Laurie Metcalf), aliás, a atriz é praticamente mãe profissional no cinema e na TV, sendo a mãe de Sheldon Cooper em “Big Bang Theory” e a mãe de Billy Loomis no filme “Pânico”. Ela está cotada para melhor atriz coadjuvante e embora, até agora, minha torcida vá para Allison Jenney, que também interpreta uma mãe em “Eu, Tonya”, não ficaria nem um pouco chateada se esta ganhasse o troféu.
Meu desapontamento, aqui, é que o filme é bom e apenas bom. Em minha opinião, nem ele, nem a atuação de Ronan tem nada de especial a merecer qualquer prêmio. É um tipico filme de dramas adolescentes. A odisseia de entrar na sonhada universidade, os conflitos de namorados, a vontade de ser popular mesmo que para isso seja preciso mentir para impressionar e o que vestir no baile da escola, apenas isso. Me lembrou um pouco Juno (2007), porém, nem mesmo temos o conflito da gravidez adolescente. Literalmente, nada fora do normal.
É um filme no estilo sessão da tarde que, com certeza, irá agradar a todos e vale a ida ao cinema, porém, nenhum prêmio. Ele chega ao Brasil em abril com o nome Lady Bird: A Hora de Voar.