Mãe! (2017)
Essa com certeza é crítica mais difícil que eu já tive que escrever. Fui assistir “Mãe!”, porque sou muito fã do gênero suspense, gosto muito dos atores (Javier Barden, Jennifer Lawrence, Ed Harris, Michelle Pfiffer) e adorei Cisne Negro (que é do mesmo diretor), porém, este filme foi bem complicado para mim. Ele não tem nada a ver com que eu imaginava, muito menos com a sinopse. Mais do que qualquer coisa, esta produção é perturbadora e sufocante.
Muitos dos personagens não possuem nomes. O filme aborda o fanatismo, a dependência e temas muito mais complexos. Já que a sinopse está claramente equivocada, escreverei uma para vocês que não contenha spoliers. A personagem principal é uma jovem casada com um homem mais velho, um poeta que há anos não consegue escrever. Ela passa seus dias reconstruindo a casa dele que um dia foi queimada. Eles vivem em total tranquilidade até que, um dia, seu marido passa a convidar pessoas desconhecidas para invadirem sua casa. A cada dia que passa, ele convida mais gente e ela só quer ficar sozinha com ele. Algumas passam então a cometer crimes e, gradativamente, bagunçar e destruir a casa na qual nossa linda personagem principal tanto se empenhou. O resto do desenrolar macabro, infelizmente, eu não posso revelar para não atrapalhar a experiência cinematográfica de vocês.
Talvez por ser muito bem construído, ele nos faz mergulhar no universo dele, eu estava ali, eu era aquela mulher interpretada por Lawrence, porém, a primeira uma hora e trinta minutos de experiência cinematográfica foi como passar este tempo escutando alguém arranhar um quadro negro. Eu queria sair correndo da sala de cinema, queria sair de lá tal qual a personagem principal que quer desesperadamente que aquelas pessoas saiam de sua casa ou que ela possa sair. Porém, uma profissional não pode abandonar o “barco”, logo, eu fiquei até o fim.
Já a ultima meia hora da película, que forma o desfecho, me deixaram com vontade de vomitar, literalmente. O filme é muito forte, as cenas são muito pesadas e realistas; e justo eu que amo terror, nunca tinha assistido a algo tão perturbador antes. Sai do cinema tremendo, por isso, quero deixar aqui um aviso, para as pessoas de estômago ou coração frágil, mais impressionáveis, que não vão aos cinemas. Porém, se você quer ver uma obra inteligente, bem construída, que mexa com todos os seus sentidos e ache que não sairá traumatizado pelas cenas fortes, pode ir que você irá adorar. Só por favor, prepare-se. Eu não estava preparada para o que vi e fiquei realmente chocada por um bom tempo.