X-Men ’97 – 1ª Temporada

Me pergunto porque demorei tanto tempo para começar essa série tão maravilhosa. Antes de qualquer coisa devo mencionar que a série original de 1992 moldou demais o meu caráter e foi o grande responsável por me fazer gostar tanto de quadrinhos e pelos X-Men serem meus heróis favoritos. Por isso sempre fui extremamente crítico com os filmes dos mutantes. Ver X-Men ’97 me fez lembrar o porque esses personagens são tão fantásticos e o porque os amo com tanto vigor até hoje.

Sinopse: “X-Men ’97 continua a história de X-Men: The Animated Series (1992–1997). Em ambas as séries, os mutantes são pessoas que nascem com habilidades sobre-humanas que geralmente se manifestam durante a puberdade. Os X-Men são uma equipe de super-heróis mutantes fundada pelo Professor Charles Xavier para proteger mutantes e humanos. No final da série animada, Xavier quase morre em uma tentativa de assassinato e é levado ao espaço para ser curado pelo alienígena Império Shi’ar . X-Men ’97 começa um ano depois e vê os X-Men enfrentando novos desafios sem Xavier, sob a liderança de seu ex-adversário Magneto.”

Nada me transportou tanto no tempo quanto ouvir a música de abertura e cantarolar a mesma em alto e bom som com uma felicidade gigante dentro do meu peito. Mas o que me faz gostar tanto deles? Talvez seja a veia novelesca que consegue aprofundar cada um de seus membros até eles se tornarem queridos por nós. Talvez sejam as pautas atuais sobre minorias e sobre medo do que as pessoas não entendem. Talvez seja tudo isso junto com um carisma e histórias excelentes que fazem todos eles se sobressaírem.

Beau De Mayo (The Witcher), o showrunner da série, entendeu de fato o que são os X-Men. Eles não são apenas um personagem, eles são uma grande família que se amam, que se odeiam, que brigam, que choram, mas que no final do dia ainda permanecem unidos. Ser heróis que protegem os seus e mais as pessoas que os odeiam não é fácil e isso por si só é um dilema gigantesco que é colocado a prova em todo momento. Por que salvar aqueles que nos odeiam e querem nos exterminar? A coexistência pacífica entre humanos e mutantes é um sonho de Xavier e em contraponto a esse sonho, temos Magneto, que defende o extermínio de quem os odeia.

Magneto é um dos grandes personagens dessa série. A princípio ele é o grande vilão dos X-Men, mas aqui ele entra como um novo mentor para a equipe. Promete agir como os heróis, mas a realidade é muito cruel e coloca toda a sua sanidade a prova. O extermínio dos mutantes em Genosha faz com que qualquer pessoa normal pense que Magneto esteve sempre certo. Todos os seus discursos nos fazem pensar e conseguimos transpor tudo para a nossa realidade. O medo do que não entendemos e o medo de mudanças faz com que conservadores ajam a seu modo para evitar o seu extermínio. Seja de forma concreta ou até mesmo abstrata. A frase “tolerância é extinção” é muito forte e se aplica demais na série e no nosso mundo real.

Embora os episódios sejam ótimos e as histórias terem sido adaptadas de forma exemplar, ela ainda possui alguns problemas. Uma infantilização ou outra acontece e roteiros rebuscados as vezes dão o tom para o simples demais. Tendo que adaptar algo grande em apenas um episódio causou alguns desses problemas. Nada que interfira no todo, mas é preciso salientar que a série não é perfeita. Considero coisas poucas e um simples pano pode ser passado nesses momentos, mas não podemos esquecer que tais falhas estão ali.

Para finalizar, preciso comentar sobre a animação em si que melhorou bastante. As cores estão vivas e as cenas de ação estão fantásticas. Uma inspiração de anime junto com videogames parece muito presente e isso deu um destaque em momentos cruciais da trama. De resto, vale mencionar que já estou muito ansioso e empolgado para uma  temporada que já foi confirmada. Infelizmente, Beau De Mayo não estará mais no comando, mas espero que quem entre no seu lugar saiba exatamente o que está fazendo e não faça os fãs se desapontarem com o produto.