Vingança a Sangue Frio
Alguém já viu um diretor de cinema fazer um remake do próprio filme? É raro, mas já aconteceu algumas vezes. Como exemplos temos o diretor Michael Haneke que gravou versões de “Violência Gratuita”, uma alemã (1997) e outra americana (2007); e Takashi Shimizu que dirigiu “O grito” na versão japonesa (2002) e americana (2004). Estou comentando isso porque aqui temos o mais novo exemplo desse tipo. No caso, estamos falando do diretor norueguês Hans Petter Moland que dirigiu o original “O Cidadão do Ano” em 2014 e agora filmou a nova versão para o público americano “Vingança a Sangue-Frio”.
Sinopse: “Nels (Liam Neeson), um tranquilo homem de família, trabalha como motorista de um removedor de neve e vê seu mundo virado de cabeça para baixo quando seu filho é morto por um poderoso traficante de drogas. Impulsionado pelo desejo de vingança e sem nada para perder, ele fará tudo o que for preciso para destruir o cartel.”
Hoje em dia, Liam Neeson (A Lista de Schindler) é um sinônimo de cinema de ação com vingança. Ele consegue fazer isso de forma sempre competente a tal ponto de esperarmos o seu próximo trabalho. E aqui estamos de novo com mais uma premissa de vingança. Dessa vez quem é morto é seu filho, e ele não vai parar até alcançar seu objetivo que seria matar qualquer um ligado ao traficante responsável pelo assassinato. Ele poderia ser exatamente aquele tipo de filme que vai matando todos sozinhos até chegar ao chefão principal, mas não é bem assim que acontece.
Ele estava todo encaminhado para ser mais um filme desse que se mata todos e salva o dia, mas o que acontece aqui é bem estranho. Até começa assim, mas do nada um filme que parecia ser de drama para ação, começa a rolar algumas piadas de cunho duvidoso. Algumas vezes me fazendo rir e outras me fazendo ter uma certa vergonha, pois parecia que não cabia no momento. O mais estranho é que em um determinado momento da projeção, Liam Neeson simplesmente desaparece da história me fazendo até esquecer dele por um momento. A guerra de traficantes acaba sendo até mais interessante do que o drama do personagem principal. Ele até consegue se resolver de uma forma boa, mas muitos personagens ficam ali a toa, sem um desfecho aparente.
Uma ida ao cinema sem muita pretensões pode ser a melhor escolha aqui. Apesar desse estranhamento ele até diverte em muitos momentos, não da forma que eu esperava, mas consegue entregar algo divertido. E desde já estou esperando o próximo filme de vingança de Neeson.