Valerian e a Cidade dos Mil Planetas

Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (Valerian and the City of thousand planets)

França, 2017. 137 min.

Direção: Luc Besson

Com: Dane DeHaan, Cara Delevingne, Clive Owen, Rihanna, Ethan Hawke, Herbie Hancock.


O custo deste filme já o coloca como uma das mais caras produções francesas dos últimos tempos (em torno de 210 milhões de dólares), ultrapassando o record de “Asterix nos Jogos Olímpicos” de 2008. Aliás, Luc Besson é mestre em trabalhar com receitas milionárias, pois há 20 anos, estourou o orçamento do estúdio com sua cultuada aventura scy-fi “O Quinto Elemento” (1997).

Agora ele retorna ao universo da ficção cientifica com esta adaptação de “Valerian e Laureline”, quadrinhos criados por Pierre Christin e ilustrado por Jean-Claude Mézières (o mesmo de O Quinto Elemento). “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” (Valerian and the city of thousand planets no original) é uma aventura extravagante, feérica e luxuosa que certamente desapontará uma legião de consumidores e fãs de HQs acostumados com o estilo pasteurizado imposto pela Marvel e DC Comics.

O universo idealizado por Besson não tem o propósito de criar produtos pré fabricados, versar sobre a evolução de heróis com passado sombrio ou criar falsas mitologias. Aqui ele trata o gênero de maneira ingenuamente elegante resultando em um visual requintado totalmente descompromissado com a realidade. É um espetáculo colorido repleto de excessos assumidos que despertam uma sensação de encanto imagético através de uma dupla carismática e energética. O imaginário febril do diretor é abundante e repleto de pormenores sedutores, como o caso da participação burlesca de Rihanna e das aparições de Rutger Hauer e Ethan Hawke e como sempre Besson impõe seu estilo em detrimento de uma trama mais profunda ou complexa, mas a coreografia nos faz lembrar filmes como “Flash Gordon”, “Avatar”, “Blade Runner” e o próprio “Quinto Elemento”, o que certamente já vale a ida ao cinema.

Para quem é fã da antiga escola de ficção científica não terá nenhum problema em embarcar nessa divertida aventura travestida de viagem interplanetária pseudo alucinógena à la Luc Besson.