Until Dawn: Noite de Terror
Until Dawn: Noite de Terror é uma adaptação cinematográfica do popular jogo de terror de sobrevivência do PlayStation, embora apresente uma história original e com algumas diferenças importantes. Enquanto o jogo se destaca por uma história ramificada que depende das escolhas do jogador, o filme optou por uma narrativa linear, o que pode gerar opiniões divergentes entre os fãs da franquia. A direção é de David F. Sandberg, conhecido por filmes como Quando as Luzes se Apagam (2016) e Annabelle 2: A Criação do Mal (2017), e o roteiro é de Gary Dauberman (A Freira) e Blair Butler (Convite Maldito).
Sinopse: “Durante uma noite de terror, um grupo de amigos explora um antigo centro de visitantes e se torna alvo de um assassino mascarado. No entanto, o que começa como uma luta pela sobrevivência se transforma em um pesadelo sobrenatural: o grupo se vê preso em um loop temporal, revivendo os mesmos eventos terríveis repetidamente. A cada novo ciclo, o assassino e outras criaturas monstruosas se tornam mais fortes e espertos, forçando-os a desvendar os segredos do local e encontrar uma maneira de sobreviver até o amanhecer, antes que fiquem presos para sempre.”
Nunca joguei Until Dawn de fato, mas já vi outras pessoas jogando pela internet e logo notei uma grande diferença entre as mídias. A principal foi a inclusão de um loop temporal no filme, que é inexistente no jogo. Entendo que adaptar a interatividade do jogo seria uma tarefa complicada, mas a escolha tira uma parte da essência para criar uma brincadeira de voltar no tempo toda vez que os personagens morrem. O terror psicológico e as mortes impactantes estão presentes, mas o filme perde o brilho que tornou Until Dawn tão imprevisível e marcante para os jogadores.
Apesar de considerar essa escolha um ponto negativo, decidi deixar isso de lado e aceitar a experiência que me foi oferecida. No entanto, vi esse detalhe ser desperdiçado. Focar em mortes bizarras e cruéis é um ponto forte desse tipo de obra, mas chegou a ser cansativo ver os personagens morrerem tantas vezes. Tudo parece impossível até o roteiro aliviar a tensão no trecho final. As situações limite levariam todos à morte, mas é possível notar uma “corda de segurança” para salvar os personagens. É como se eles tivessem sido colocados no modo “fácil” após passarem pelo inferno. Sem querer dar muitos detalhes, o final é tão simples que me deixou esperando algo a mais que não veio.
A experiência do diretor David F. Sandberg ajudou bastante na criação da atmosfera. Ele conseguiu estabelecer um clima de claustrofobia e isolamento, além de gerar um certo temor com o assassino mascarado e as outras criaturas que aparecem. Mesmo assim, o medo não me dominou por completo. Após tantas mortes, o que se segue se torna banal a ponto de eu mesmo pensar “morre logo”. Não acho que o diretor seja o grande problema, mas também não fez parte da solução. Os jovens atores são genéricos, e não consegui criar uma empatia real com eles. O destaque do elenco fica com Peter Stormare (Constantine), que interpreta o Dr. Hill, o mesmo personagem do jogo de 2015. É um alento para os fãs em busca de referências.
Until Dawn: Noite de Terror diverte pontualmente. Não o considerei horroroso nem excelente, mas apenas mais uma obra genérica de terror como tantas outras por aí. Entendo que adaptar o jogo à risca seria complicado, mas as novas escolhas também não o fizeram brilhar. Ele tem alguns bons momentos, mas é só isso. O filme pode até ser uma homenagem ao terror slasher, mas não chega aos pés de nenhum clássico. Prevejo que esta película será esquecida em breve por todos.