Uma Batalha Após a Outra
O novo trabalho de Paul Thomas Anderson (Licorice Pizza), considerado o diretor mais técnico da atualidade, traz uma narrativa alucinante, repleta de ação e questionamentos, feita para todos os públicos. A história se dá em dois momentos, o primeiro mostra uma revolução que não se sabe qual é, conforme há o nascimento de uma criança, o longa toma novos rumos e novo ritmo que irão explicar todo o seguimento da primeira parte. Duas horas e quarenta e um minutos se passam sem que o espectador se canse.
A trama segue Bob (Leonardo DiCaprio), um revolucionário que foge quando sua companheira é presa pelo Col. Steven J. Lockjaw (Sean Penn), para proteger sua filha. 16 anos depois, mais parecendo um hippie tranquilo, o ex-revolucionário é forçado a voltar a ativa quando seu antigo inimigo está no encalço de sua filha Willa. Para isso contará com ajuda do hilário Sensei Sergio St. Carlos (Benicio DelToro).
Se destacam as ótimas performances dos veteranos Dicaprio, que está engraçadíssimo e parece feito para o papel, DelToro e Penn como um vilão magistral, o ator se transforma em cena. Vale ressaltar também, o talento da estreante Chase Infiniti, que interpreta Willa, a jovem de 16 anos que sabe muito bem cuidar de si mesma aos moldes de Uma Thurman em Kill Bill (2003). As referências a Quentin Tarantino não param por aí, o filme todo tem uma estética e humor semelhantes á seu último trabalho, Era Uma Vez em Hollywood.
Apesar do roteiro de primeira categoria, das cenas cômicas e dos momentos de ação de tirar o fôlego, o destaque está sem sombra de dúvida na forma de filmar de Anderson, principalmente as cenas de perseguição na estrada sinuosa que parecem uma ode a Bullitt (1968) protagonizado por Steve McQueen.