The Boys In The Band
The Boys In The Band é um filme produzido pela Netflix por Ryan Murphy (American Crime Story) baseado na premiada peça da Broadway de mesmo nome lançada em 1968. Essa foi a primeira peça de teatro que mostrou o mundo gay como pessoas comuns que possuem suas vidas e com isso mostrando todas as suas qualidades e seus defeitos como qualquer um que você conheça. Mart Crowley foi o criador da peça e também ajudou a escrever o roteiro dessa adaptação. Em 1970 a peça já havia ganho também uma versão cinematrográfica. O que vemos aqui é uma obra interessante, mas que pode se tornar cansativa devido a sua longa duração.
Sinopse: “Em um apartamento no Upper East Side, Michael (Jim Parsons), um homossexual cínico com um estilo de vida de realeza, dá uma festa de aniversário para seu amigo outro amigo gay, Harold (Zachary Quinto). Enquanto os primeiros convidados já chegaram e se divertem, Harold ainda não apareceu. Para surpresa de Michael, Alan (Brian Hutchison), um antigo colega de quarto de faculdade, casado, e que ele suspeita ser homossexual não-assumido, chega à festa mesmo não tendo sido convidado. Quando Harold finalmente dá as caras, seu humor sarcástico cria grandes problemas para os presentes, precisando, cada um, confrontar algumas verdades enterradas.”
Nunca vi a peça original e nem vi a produção feita em 1970 para os cinemas. Só tenho ele mesmo como base e todas as minhas impressões virão estritamente dessa versão. Ele é todo feito realmente como uma obra teatral, mantendo, talvez, 95% ou mais da produção em um único cenário: a casa de Michael. Somente alguns pequenos takes são fora dela. Todo o seu bruto é feito dentro dese cenário e é nesse espaço que toda a história se desenvolve.
Segredos do passado, mágoas escondidas e desconfianças baseadas em suposições são todas levadas a tona nessa festa de aniversário. Todos os personagens têm o seu momento de brilhar e conseguimos conhecer um pouco mais de cada um conforme o longa vai se desenrolando. Como ela é puro diálogo, durante um certo momento pode ser que você adquira uma certa estafa, talvez por achar que nada acontece de verdade. É justamente aí que eu acho que é o grande ponto forte dele: os diálogos. A força da atuação de cada um é primordial para entendermos eles e sentir pelo o que passam no dia a dia.
O elenco é grandioso e maravilhoso. A curiosidade é que todos eles são gays na vida real. O que aumenta ainda mais a veracidade da qual cada um passa em tela. Entre esses atores brilhantes temos Jim Parsons (The Big Bang Theory), Zachary Quinto (Star Trek), Matt Bomer (Magic Mike), Andrew Rannells (Um Pequeno Favor), Charlie Carver (The Leftovers), Robin de Jesus (Uma Dupla Genial), Brian Hutchison (The Sinner), Michael Benjamin Washington (Ratched) e Tuc Watkins (A Múmia).
Todos eles estão muito bem. Alguns mais contidos e outros mais verborrágicos, mas todos no seu tom certo de acordo com a personalidade de cada um. Eu particularmente sou muito fã do Andrew Rannells e aqui, mesmo sendo um coadjuvante, consegue brilhar demais. Talvez o ponto mais baixo seja o papel do Matt Boomer que acaba virando apenas um telespectador no meio das histórias íntimas de cada um. Faltou vermos um pouco dele em tela.
Veja sabendo que ele tem um formato de peça teatral. É muito diálogo que mesmo tendo o seu dinamismo, pode acabar cansando alguém que não esteja totalmente no clima. Ele não vem para dar lição de moral e nem vem para aprendermos algo com a vida. Ele é um retrato de uma época onde nos são mostrados todos os pensamentos e comportamentos dos gays na década de 60. Eles são tratados como pessoas normais, conforme sempre deveriam ter sido.
The Boys In The Band está no catálogo da Netflix.