Tempo

Night Shyamalan é um cineasta extremamente controverso, sempre que seu nome surge levanta polêmicas. Os cinéfilos ficam divididos, alguns são ávidos fãs, outros não conseguem gostar de seus trabalhos. Shyamalan tem em seu currículo filmes conhecidíssimos como “O Sexto Sentido” (1999), “A Dama na Água” (2006), “Sinais” (2002), “A Vila” (2004), “Fragmentado” (2017) dentre muitos outros. “Tempo” é inspirado no graphic novel “Sandcastle” algo que não é comum a Shyamalan que costuma basear seus roteiros em ideia originais, este é apenar do terceiro filme de sua longa carreira que não contém uma história inteiramente de sua autoria.

Na trama, uma família composta por um casal e seus dois filhos passar por dificuldades e resolvem fazer uma viagem para um resort. Lá são convidados pelo gerente do hotel a visitar uma ilha paradisíaca praticamente isolada, lá se deparam com outros hospedes do hotel e um corpo. Aos poucos todos vão descobrindo que a ilha os envelhece de forma muito rápida e revelando seus piores lados. É preciso escapar para sobreviver. Mas como? A história segue a cartilha de obras como a famosa série “Além da Imaginação” de Rod Serling.

 

Além do clima de suspense muito bem construído e do mistério que o expectador fica ávido para desvendar, contamos ainda com interessantíssima experiência antropológica. No longa, podemos assistir o desenvolvimento da vida humana. Nascemos, crescemos, alguns reproduzem, alguns adoecem, e com certeza todos iremos morrer. O diretor, roteirista e produtor, M. Night Shyamalan nos faz assistir todo esse desenvolvimento humano de forma acelerada.

Contamos também com algumas críticas a sociedade que descarta os doentes, têm pessoas racistas, pessoas violentas e pessoas tão vaidosas e fúteis que não conseguem se importar com o mais importante da vida, lidando muito mal com a velhice ao perder a beleza.

O elenco conta com nomes conhecidos como o veterano Gael Garcia Bernal (Neruda), Rufus Sewell (The Man on the high Castle), Abbey Lee Kershaw (LoveCraft Country), Thomasin McKenzie (Jojo Rabbit) e Alex Wolff (Hereditário). Vale ainda ressaltar a espetacular direção de elenco ao escalar atores que se parecem com suas versões mais jovens e prestar elogio a equipe de maquiagem que faz a passagem dos anos no rosto dos personagens de forma convincente.

O desfecho é redondinho e bem amarrado, com as explicações que o expectador quer ter. O longa que promete agradar os fãs do diretor que desagradar quem não gosta a partir do momento que é algo dentro de seu notório estilo.