Star Trek: Sem Fronteiras
A real mágica deste filme é que Justin Lin, Simon Pegg e Doug Jung entendem que não há problema em ser engraçado com “Star Trek” (principalmente com suas referências e technobabbles). Com certeza esta sequência será uma das mais importantes da história de “Star Trek” e, na minha opinião seria ridículo se não fosse feito direcionado à pura diversão da audiência. Ou seja, o trio Lin, Pegg e Jung, provam que mesmo depois de 50 anos, a Enterprise ainda tem muito para explorar.
Este é o terceiro filme da serie reboot de Star Trek (totalizando 13 filmes para toda a franquia). Esta franquia sofreu um reboot em 2009 que chegou a apavorar muitos Trekkies (fãs de Star Trek). Entretanto, os roteiristas Alex Kurtzman e Robert Orci tiveram a incrível sacada de montar este seguimento de filmes, com os acontecimentos em uma linha do tempo alternativa, ou seja: A história original da série de TV de Gene Roddenberry, tão prezada pelos Trekkies não seria ignorada.
Scotty, ou Simon Pegg (ator e roteirista, junto de Doug Jung), comentou em seu sitcom que os filmes ímpares de Star Trek tendem a não ser muito bons. Porém no ano em que “Star Trek” completa 50 anos de franquia, eles fizeram muito bem seu dever de casa, o filme não é perfeito, mas eles conseguiram trazer a diversão e o charme da série clássica neste novo longa-metragem.
Nesta aventura em particular da Nave Espacial Enterprise, sua tripulação está no terceiro ano dos cinco de sua missão para explorar o Deep Space (parte longínqua do espaço que ainda não foi explorada pela Federação), e se encontram desmotivados e relutantes com o “tédio”da missão. Tais sentimentos são reparados principalmente no capitão James Kirk, vivido por Chris Pine, e pelo vulcano Spock, vivido por Zachary Quinto. Logo no segundo ato do filme, a tripulação de Kirk é atacada e se encontra separada em um planeta hostil e sem recursos para pedir auxílio a Federação ou sequer fugir. Neste ato eles aproveitam para desenvolver o personagem do grande vilão do filme, Krall (Idris Elba).
Como um “easter egg” para quem assistiu a série clássica, sabemos que a melhor coisa ao separar a tripulação em um planeta alienígena é explorar o relacionamento entre os personagens que normalmente não compartilham cenas.Assim surgem oportunidades de cenas como a busca realizada por McCoy(Karl Urban) e Spock ou a missão de resgate de Kirk e Scotty, são nestas situações, nestes relacionamentos, onde o filme realmente cria vida.
Os dois primeiros filmes da Trilogia foram dirigidos pelo aclamado JJ Abrams (Lost) e agora esta incrível obra está nas mãos de Justin Lin que fez sua fama em Hollywood ao dirigir e produzir filmes da franquia “Velozes e Furiosos”. Ele mostrou para que veio, suas cenas de ação foram brilhantemente executadas, variando desde manipulação gravitacional à cenas com motocicletas.
Alguns combates realizados no interior das naves foram confusos, mas belissimamente compensados quando vemos o combate no espaço. Tenho que fazer uma menção especial ao enxame de naves dançando ao redor da Enterprise, foi épico.
Krall serve como um excelente contraponto ao Kirk, que se encontrava com seus problemas de dedicação tanto à missão quanto à tripulação. Entretanto, ainda acho que ele poderia ter mais tempo de tela para explicar melhor suas motivações. Aliás, acredito que as ações de outros dois personagens secundários também fariam mais sentido se tivéssemos mais tempo para conhecê-los.
O filme é sobre a tripulação, e esta ideia foi abraçada. Esta nova geração foi muito bem selecionada e com estes três filmes, podemos ver que eles são como uma segunda pele dos atores. Acredito que esta franquia não acabará por aqui. Afinal, há rumores sobre o casting para um possível 4º filme.
Por Pedro Reis