Solteira Quase Surtando
Quem é íntimo meu ou já leu muitos dos meus textos sabe que eu tenho um problema gigante com comédias nacionais. Já tentei me analisar para saber se era preconceito e cheguei a conclusão de que não era. Somente não eram o meu tipo de comédia, usando umas fórmulas batidas com um humor fácil que me tira do sério. Eu senti que isso mudou um pouco, tenho aceitado mais e até gostado mais (de alguns poucos). “Solteira Quase Surtando” é um exemplo dessa melhora, ainda assim, tive a impressão de já ter visto esse filme antes.
Sinopse: “Beatriz (Mina Nercessian) é uma mulher solteira convicta, de 35 anos e viciada em trabalho. Aspirações de vida comuns à muitas mulheres, como se casar, passam longe de seu mundo. Porém, ao descobrir que está entrando em uma menopausa precoce e só tem seis meses para encontrar um pai para seu futuro filho, ela vê suas convicções completamente abaladas. Com isso, ela se aventura numa missão quase impossível que envolve recuperar o tempo perdido e achar, em poucos meses, o parceiro ideal para a vida e para ser o pai do seu filho.”
Inicialmente, fiquei me indagando sobre o título. Me pareceu um daqueles filmes em que a mulher precisa de um homem para ser completa. Felizmente, isso cai já no início e entendi o porque desse nome. No caso dela, talvez ficasse desesperado igual. As situações criadas para tirar o riso do espectador são muitas. Umas boas e outras bem forçadas. Ainda que mantenha uma história plausível e até moderna, cai no cliché com muita facilidade: melhor amigo gay, focada no trabalho sem tempo de viver, um gringo como salvação para sua vida amorosa, entre outros bem fáceis de se identificar.
A loucura e o desespero da história tem o seu propósito também, pois quando esse sentimento passa o que fica é a racionalização e o sentimento de que as coisas acontecem no momento certo sempre. Como o próprio filme diz “o certo nem sempre é o mais fácil”, geralmente, o certo é sempre a escolha mais difícil de ser feita. Até mesmo quando achamos que tudo está perdido, ainda existe a esperança, e ela pode vir da forma que você menos espera.
Mina Olivera ou Mina Nercessian atua e escreve o longa, além de ser sobrinha do ator Stepan Nercessian, que também está no elenco. Como essa é sua estreia achei o roteiro ok, divertido em algumas partes, cliché em outras, mas acredito que o propósito que é a diversão está ali. Uma comédia altamente despretensiosa e física para se ver com as amigas (acredito que vão se identificar mais) ou com o namorado/marido.