Sob as Águas do Sena
Sob as Águas do Sena é uma nova produção francesa que chegou há pouco na Netflix. É preciso dizer antes de tudo que você precisa manter a mente aberta. Essa é a única maneira real de se divertir com esse título. Tive essa dificuldade do início ao fim e nesse meio tempo ele mistura bons momentos com outros momentos bem terríveis. Embora tenha curtido, como uma obra passageira, devo dizer que ele é ruim beirando aquele trash que não consegue se ver como tal.
Sinopse: “No coração de Paris, no verão de 2024, pela primeira vez os parisienses irão sediar o anual Campeonato Mundial de Triatlo, uma famosa competição de natação no lendário rio Sena. Porém, os planos estão prestes a mudar quando a ativista ambiental Mika (Léa Léviant) nota uma estranha agitação no rio. É com urgência que ela alerta a cientista Sophia (Bérénice Bejo) que um grande tubarão está nadando nas profundezas do rio Sena. Agora elas precisam se juntar ao chefe de polícia Adil (Nassim Lyes) para que um banho de sangue seja evitado.”
Essa preciosidade começa com uma frase dita por Darwin, parafraseando: “nem o forte e nem o inteligente irão sobreviver, apenas aquele que tiver a maior habilidade de se adaptar”. Início profundo e que já nos faz pensar um pouco. Em seguida, começa o seu prólogo que, ouso dizer, é bem decente. Já sabemos que algo ruim vai acontecer e a tensão é levada até o último grau. Não tarda e a matança começa e no meio da minha diversão algo completamente impossível acontece e já me tira temporariamente do que eu estava vendo e comprando.
Passado esse início bom, mas incrédulo, é que a trama começa de verdade. Não demora muito e o tubarão já está no rio Sena. Quando vemos o mapa do caminho que ele fez, notamos que ele saiu do Oceano Índico e foi direto para Paris. Por quê Paris? Tinha algo especial ali? Algo o chamou para lá? Ele foi em busca de terminar o serviço para matar a nossa protagonista? Nada disso é explicado. Ele está lá porque sim e você que aceite. Com isso tudo deixado para lá e abrindo bem a mente, podemos até nos divertir. A tensão criada é sempre boa e tem sempre gente idiota para morrer e nos saciar sadicamente.
O seu terceiro ato é algo para se emoldurar como o famoso meme “absolute cinema”. A teoria da evolução é tacada no esgoto e todo esse processo que duraria, talvez, milhares de anos, acontece em 2 semanas. A mamãe tubarão tem filhote a rodo. Todos eles podendo respirar normalmente em águas doces e todos eles com um instinto assassino que lembra mais piranhas do que tubarão. Isso tudo culmina em um massacre gigantesco com direito até a Paris inundada cheia de tubarões que nascem, crescem e se reproduzem em questão de horas.
Se mantiver a mente aberta como pedi, pode ser que a diversão venha, mesmo que você tenha reações não propícias a isso. Caso não consiga abrir essa cabeça, então já era, esse longa estará completamente perdido. O que poderia divertir, minimamente, será alvo por bastante tempo de revoltas com direito a mensagens para amigos clamando a altos e bons sons o quanto Sob as Águas do Sena é terrível.