Slasher – Série

Para quem já assistiu ambas as séries, é impossível assistir as 5 temporadas de “Slasher” e não lembrar de “American Horror Story” de Ryan Murphy. Uma vez que ambas são de terror (com subgêneros diferentes), cada temporada gira em torno de uma trama diferente, mas, vários integrantes do elenco são repetidos. As grandes diferenças estão no país de origem, sendo AHS americana e “Slasher” Canadense, além de esta segunda sempre girar em torno de seial killers, enquanto AHS tem uma temporada sobrenatural, outra serial killer, outra suspense e assim em diante, além de episódios extremamente psicodélico, o que não acontece na canadense de cinco temporadas, extremamente cartesiana.

Cada temporada de “Slasher” conta com um serial killer com pegada de justiceiro, mesmo que suas tramas sejam completamente diferentes. Fazendo com que o espectador se questione o tempo todo sobre quem é o verdadeiro vilão. Além disso, o criador Aaron Martin sempre propõe reflexões sobre temas sérios como cancelamento, falsos moralistas, fetiches, segredos e muito mais. Cada temporada vai agradar mais a um secto do que a outro, mas todas tem como ponto alto as mortes, repletas de violência gráfica visceral e muito sangue, capaz de causar desconforto até nos mais acostumados com o gênero slasher.

 

O elenco recorrente conta principalmente com Christopher Jacot, Paula Brancati, Salvatore Antonio, Joanne Vannicola, Sabrina Grdevich, Dean McDermott Jim Watson. A primeira temporada se chama “O Carrasco”, pegando alguns elementos de “Halloween” (1978) de  John Carpenter, segue a história de Sarah (Katie McGrath), que se muda com seu marido para a casa onde seus pais foram assassinados quando ela nasceu. Mortes começam a acontecer e parecem ter ligação com os crimes de 30 anos antes. Nada é o que parece e quase todos tem algo a esconder. Apesar de ser interessante e instigante contém alguns furos de roteiro, basta ignorá-los em prol da boa e velha carnificina. Os idealizadores brincam com a ideia de criminosos. Quem é o criminoso real? O assassino ou as supostas vítimas que já cometeram atrocidades ou omissão?

 

A segunda temporada se chamou “Os Culpados”, contando com vários flashbacks, narra a história de 5 amigos que há 5 anos quando trabalhavam em um acampamento foram responsáveis pela morte de uma colega. Eles retornam ao local para se livrar do corpo e ficam hospedados em uma comunidade meio hippie. Quando a neve os deixa presos, vários assassinatos começam a acontecer evocando “Sexta-feira 13” e “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado”.

 

A terceira temporada se chamou “Solsticio”, se passa entre os moradores de um grande prédio de periferia, entre pessoas das mais variadas culturas. Essa temporada faz várias críticas sociais a xenofobia, homofobia, viciados em like, cancelamento, descaso policial, abandono da comunidade e muitos outros. Extremamente redondinha, com reviravoltas e sem deixar cair a espetacular qualidade das cenas de crime.

 

A quarta e mais inteligente temporada se chamou “Flesh and Blood”. Nos moldes de Agatha Christie ou do filme “Entre Facas e Segredos”, esta temporada contou com a participação do diretor David Cronenberg (A Mosca) como um rico patriarca que convida todos os seus familiares e agregados para uma ilha, onde quem completar todos os desafios que ele deixou estabelecidos antes de sua morte será o único herdeiro de sua fortuna. Enquanto isso, um assassino mascarado deixa um rastro de corpos. Mil mistérios vêm a tona, e fica o questionamento do que as pessoas são capazes de fazer (até mesmo matar) por dinheiro.

 

A quinta e ultima temporada, por enquanto, se chamou “Ripper”, se passa no início de 1900, com um serial killer justiceiro intitulado “A Viúva” nos moldes de Jack, O Estripador. Algo muito interessante dessa trama é mostrar o submundo, como as vidas dos não nobres e ricos eram descartáveis. Outra adição interessante é o elenco, que coloca um homem negro como importante detetive do departamento de polícia, e uma mulher negra como a médica mais importante da comunidade, algo impensável naquele momento histórico, mas bastante inspirador para o entretenimento dos dias de hoje.