Quem me conhece e até mesmo quem me acompanha por aqui sabe o quanto eu detesto comédias fáceis. Daquelas com um humor raso de fazer o tiozão gargalhar de tanto rir. Pensando de uma forma bem elitista, diria que é aquele humor feito pro povão. Sempre espero o pior deles e ao ver Marlon Wayans (As Branquelas) já me dá essa impressão de cara. Desde já, adianto que é um filme muito ruim, mas … que me divertiu demais. No apagar das luzes é isso que conta.

Sinopse: “Perto de ter seu primeiro filho, um homem decide procurar sua mãe biológica na intenção de encontrar respostas sobre si mesmo. Porém, essa jornada o mostra muito mais surpresas do que esperava, como a existência de seus cinco irmãos gêmeos.”

Comecei a vê-lo bem sisudo, certo de que iria odiá-lo. Tinha tudo pra me levar nesse caminho, mas fui tocado pela aura do bom humor e quando menos percebi estava rindo alto com umas situações absurdas. Tudo por causa de Marlon Wayans que leva esse longa nas costas e que tive impressão de ter sido o projeto da vida dele. Ele brilha muito com essa síndrome de Eddie Murphy de querer fazer quase todos os personagens. Fazer isso e ainda assim conseguir fazer com que parecesse outra pessoa interpretando é sempre genial. Tudo bem que todos eles são estereotipados, mas é justamente isso que te faz rir, pois você consegue ver de onde ele tira essas inspirações. Tenho que destacar o Jasper, que é um agente secreto e que tem um trauma de não ter tido uma mãe e a atuação dele aqui é boa demais para se ficar sério.

Ele é bem bobo, mas acho que posso buscar algo a mais nele. Faço isso porque eu realmente me diverti. Ele nos traz uma mensagem sobre a família que acho bem digna. Não importa o quanto eles sejam estranhos e diferentes de você, ainda assim são sua família. Sangue do seu sangue. Brigamos, discutimos e por muitas vezes ficamos sem falar com eles por ideias diferentes, mas que ainda assim fariam tudo por nós. Lógico que falo de uma forma ampla e não de forma específica. Só não precisamos tocar no assunto do porque a mãe abandonou todos os filhos, esse não é o tema aqui, embora merecesse um Casos de Família.

Temos aqui um exemplo de um filme idiota, mas que tem o resultado satisfatório no final. Nem entrei em méritos técnicos porque não precisa e de longe é o foco. Recomendado para todos que curtam e que precisem de algo raso sem ter que pensar muito. Talvez eu tenha gostado justamente por estar precisando de algo assim. Já basta o nosso cotidiano caótico para não nos deixar bem. Uma comédia sem sentido pode ser um ótimo remédio. Se encontra no catálogo da Netflix.