Se a Rua Beale Falasse

Com diálogos comoventes, trilha sonora pontual e atuações emocionantes onde sentidos a dor, o medo e o amor nos olhos dos atores, “Se a Rua Beale Falasse” é uma das obras-primas da temporada de premiações. Mais do que no bem intencionado  Moonlight, aqui, Berry Jenkins acertou a mão.

 

O filme conta com uma narrativa poética que vai de traz para frente o tempo todo sem deixar o espectador confuso. A história nos é contada por Tish, uma moça de 19 anos apaixonada que tem seu noivo na cadeia e se descobre grávida. É desse ponto que tudo vai se desenrolando, vamos conhecendo todo o contexto em que tudo aconteceu e mais o que virá a seguir.

 Nele, são abordados vários temas de forma tocante e pertinente sem ser apelativo. Uma história de amor, medo, injustiça, falta de oportunidade e racismo. Além de incluir uma parte sobre família e as discrepâncias entre elas. Temos duas matriarcas com a mesma condição financeira, que moram no mesmo lugar, porém, a diferença entre elas é gritante, em uma existe amor, na outra não. Mais uma vez somos apresentados à hipocrisia da pessoa que vive na igreja rezando mas não sabe amar, apenas apontar, julgar e decidir de forma ditatorial o que é melhor para a vida alheia. Já do outro lado, temos pessoas que apoiam, ajudam, aceitam e amam.

Infelizmente, “Se a Rua Beale Falasse” não foi indicado à quantidade que eu acredito ser justa de categorias ao Oscar, ainda bem que está no páreo para roteiro adaptado, trila sonora  e Regina King (Miss Simpatia 2) na corrida pelo prêmio de atriz coadjuvante. Gostaria de destacar a atuação da  jovem atriz Kiki Lane, que nos causa as mais variadas sensações apenas com seus olhos extremamente expressivos. Para mim, os olhares dela e a trilha sonora com predominância de violino e piano é que dão o tom certo e espetacular ao filme. Temos muitos rostos conhecidos no elenco como Teyonah Parris (Mad Men), Finn Wittrock (American Horror Story), Colman Domingo (O Nascimento de Uma Nação) e Dave Franco (Artista do Desastre).

Convido qualquer pessoa que é contra discriminação, injustiça e a favor de histórias de amor a assistir está maravilha, fiquei simplesmente apaixonada. Que bom que a Rua Beale e tantas outras ruas por ai podem falar através das telas de cinema.