Filmes de terror com temática religiosa não são novidades, vide “O Exorcista” de William Friedkin, considerado por muitos especialistas como o melhor filme de terror de todos os filmes. Felizmente, não é preciso criar algo novo para chegar ao sucesso, e este novo trabalho do diretor e roteirista Evan Spiliotopoulos (A Bela e a Fera, 2017) com produção do especialista em monstros Sam Raimi (Arraste-me Para o Inferno) funciona em todos os quesitos. História sem furos, sustos bem-feitos, reviravoltas e muito mais.

Na trama o inescrupuloso Gerry (Jeffrey Dean Morgan) é um jornalista inescrupuloso que depois de inventar mentiras para vender matérias se tornou paria em sua profissão. Hoje ele se sustenta vendo fotos e história desinteressantes para veículos pequenos ganhando pouco dinheiro. Quando chega à uma pequena cidade, acaba por desencadear uma série de eventos sobrenaturais que tudo indica serem milagres religiosos envolvendo Maria, mãe do filho de Deus na religião católica.

O filme não abusa de sustos fáceis, nem são encontradas barrigas. Cada susto e cada parte da história é colocada de forma inteligente. Fica ainda a lição de redenção, segundas chances e um verdadeiro arrependimento, reflexão importante na era do cancelamento. Uma fotografia belíssima e jogo de câmera em planos abertos nos dão a condizente sensação de uma força maior. Contamos ainda com atores carismáticos e mistérios muito bem amarrados a serem desvendados ao fim.

Polêmico dos pés a cabeça, o longa promete incomodar pessoas muito religiosas e conservadores já que nele, milagres e figuras religiosas são questionadas o tempo todo. Para quem é fã de terror e de um bom mistério, tal é obrigatório.