Rainhas Do Crime
Parece que Hollywood realmente descobriu os quadrinhos. Perceberam que essa mídia não fornece apenas super-heróis, mas sim histórias bem diferentes com bastante qualidade também. E vindo diretamente do selo Vertigo, que pertence a DC Comics, temos essa maravilhosa história de máfia com bastante violência e uma pitada de humor. Com atuações fortes e algumas reviravoltas no roteiro, temos aqui uma boa adaptação que vai fazer fãs de O Poderoso Chefão sorrirem e saírem contente do cinema.
Sinopse: “Nova York, janeiro de 1978. Kathy (Melissa McCarthy), Ruby (Tiffany Haddish) e Claire (Elisabeth Moss) são casadas com mafiosos irlandeses, que comandam os negócios em Hell’s Kitchen. Quando eles são presos pela polícia, o trio fica a mercê de Little Jackie (Myk Watford), o novo chefão local, que se recusa a lhes dar o dinheiro necessário para seu sustento. Com isso, Kathy, Ruby e Claire decidem unir forças para criar sua própria “família”, oferecendo apoio e proteção a pequenos comerciantes locais. Com o tempo, o poder das mulheres cresce ao ponto não só de incomodar Little Jackie, mas também chamar a atenção da máfia italiana.”
Os anos 70 são a época perfeita para se falar de violência e máfia. Toda a ambientação junto com músicas da época como “Barracuda” (do Heart) e “The Chain” (Fleetwood Mac) te colocam presente e fazem você sentir todo aquele clima setentista. E que filme bom para mostrar mulheres fortes no comando. Esse é um dos fios condutores da história. Como pessoas entranhadamente machistas vão lidar ao serem subjugadas e posteriormente ter que trabalhar para as mulheres, que até então eram donas de casa. Desde criança esse submundo é mostrado sempre como tipicamente machista e enfadonho e esse contraste aqui é que faz o longa ser belo.
O ponto forte é certamente o trio de protagonistas. Todas elas estão maravilhosas do seu jeito e com suas peculiaridades. Melissa McCarthy (Missão Madrinha de Casamento) é a centrada que quer sempre fazer as coisas certas e que acredita nas pessoas; Tiffany Haddish (Viagem das Garotas) é a impetuosa, a que não tem medo de nada e que vai fazer o possível para estar por cima; e Elisabeth Moss (Nós) que a princípio é a indefesa, a vítima, mas que acaba se tornando uma predadora quase psicopata. As três juntas se completam muito e com elas também temos ótimas atuações.
No geral, gostei bastante. Algumas reviravoltas e aqueles jogos de traições da máfia estão lá, mas tenho uma reclamação. O filme te leva a crer que o final terá um embate épico, daquele que vai crescendo a tensão durante o longa. Chega no momento do grande clímax e ele simplesmente é resolvido sem nenhuma emoção. Faz parecer que acabou o dinheiro e resolveram terminar por ali mesmo. Tirando esse deslize, ele ainda é um ótimo entretenimento para os fãs de cinema.