Perdi Meu Corpo é uma animação baseada no romance “Happy Hand” de Guillaume Laurent. O próprio assina o roteiro junto com Jérémy Clapin que também assume a direção. Guillaume também já foi indicado ao Oscar pelo roteiro de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Perdi Meu Corpo foi agraciado com uma indicação a Melhor Animação ao Oscar de 2020 (perdendo para Toy Story 4), e também foi vencedor de vários festivais pelo mundo, tendo o prêmio de Cannes como o mais importante. Com esse currículo, já se faz mais do que suficiente para assisti-lo.

Sinopse: “Em um laboratório parisiense, uma mão decepada escapa de seu destino infeliz e parte em uma jornada para encontrar seu corpo. Em uma assustadora fuga pela cidade, ela enfrentará ratos, pombos e outros desafios para chegar até Naoufel. Suas lembranças de Naoufel e do amor do jovem entregador de pizzas pela bibliotecária Gabrielle fornecem as respostas sobre o que causou a separação da mão e se transformam em um poético cenário para o possível reencontro dos três.”

Comecei com essa carteirada toda, pois ele é filme difícil de se comentar. Ele é pura poesia em formato de animação, beirando a arte em seu estado mais puro. Como se palavras se tornassem imagens e como se quadros ganhassem vida. É algo feito para você sentir e não raciocinar demais em cima. Quase uma fábula que mostra sentimentos e lembranças de uma vida plena quando era possível e que mostra que o destino não está escrito.

Sei que tudo o que falei pareceu muito abstrato, mas foi como eu me senti. Acompanhar uma jornada de uma mão tentando voltar ao seu corpo não é algo fácil de se descrever, por isso não creio que achará algo de concreto nesse texto. A mão me lembrou muito aquela mãozinha de A Família Addams e encarei como um conto baseado nisso. Lógico que não tem nada a ver, mas foi como eu preferi ficar mais confortável com o que eu estava vendo.

Não creio que todos irão gostar, pois é uma animação nada convencional com o que encontramos por aí. Caso você consiga quebrar essa barreira eu te garanto que não irá se decepcionar e terá visto uma das coisas mais belas dos últimos tempos em sua vida. Incrível como há coisas maravilhosas longe de mainstream e da boca do povo. Garimpar esse tipo de filme vira um prazer quando se chega ao seu final. Ele até tem um final aberto, mas quando acabar, pare e pense, e se possível discuta com alguém sobre o que acabou de ver.