Ouija – A Origem do Mal
Filmes de terror são normalmente divididos em duas subcategorias. Alguns são de “terror psicológico”, onde a ideia é deixar o telespectador tenso, nervoso e apreensivo ao ser transportado para dentro da trama e não conseguir tirar os olhos da tela. Outro é o “terror de sustos”, onde a história não importa tanto, mas causa vários sustos, medo e, normalmente, contém personagens horríveis capazes de arrepiar os pelos da nuca. No caso de “Ouija – A Origem do Mal”, estas duas subcategorias se unem formando um trabalho magistral.
Este longa, embora o título indique uma conexão imediata e subsequente com “Ouija”, na verdade, se passa em um tempo anterior. Embora o primeiro tenha sido bom, e apenas bom, não se preocupe, o segundo é melhor, não tem nenhuma ligação com seu predecessor, além de serem usados em ambos os filmes, um tabuleiro de ouija na trama.
A história desta produção de terror (que em minha opinião não foi suficientemente bem divulgada ou recebeu seu devido destaque) gira em torno de uma família, na qual uma mãe, vivida pela atriz Elizabeth Reaser (de Crepúsculo e Greys Anatomy), agora viúva, procura um emprego e se afunda em dívidas. Como alternativa, para conseguir assegurar o sustento de suas duas filhas Doris e Paulina, ela realiza falsas sessões espíritas. Contudo, ao contrário do que nos mostra a sinopse, não é uma vigarista típica, é uma mulher desesperada, que pensa até estar ajudando seus clientes, forjando ilusões de comunicação com seus respectivos entes queridos para gerar-lhes conforto.
Um dia, a filha mais velha, Paulina (Annalise Basso), oferece a mãe a ideia de comprar o jogo Ouija para usar em suas sessões, porém elas nem imaginavam que a caçula Doris (Lulu Wilson) iria brincar com o tabuleiro sozinha às escondidas para tentar se comunicar com o pai.
Assim, começam a ocorrer fatos estranhíssimos e arrepiantes. O que parecia um dom mediúnico vai ficando cada vez com mais cara de possessão. E o que mais faltava para um filme de terror ser completo além de uma menininha assustadora que parece não só falar com espíritos, como estar possuída por um e um padre, vivido por Henry Thomas (que para quem não se ligou, é o ator mirim de “ET” agora já crescido)? Nada.
O filme conta com a direção de Mike Flannagan, que tem vários outros filmes do gênero em seu currículo, como é o caso de “O Espelho (2013)” e “Sono da Morte” (2016). Alias, por falar em “O Espelho”, há um easteregg deste escondido. Segundo Flannagan, o mesmo espelho usado no filme aparece durante seu novo longa metragem.
Gostou da história? Garanto para você vários sustos e uma história inteligente, arrepiante e bem amarrada. Com certeza o melhor filme do gênero dos últimos anos. Ao jogar, tenha em mente as regras do jogo!
Por Luciana Costa