O Segredo do Abismo
Inconscientemente, escolhi mais um filme dirigido por James Cameron para comentar. Sem querer, estou fazendo uma sessão especial do diretor. Já foi Aliens, O Resgate, os 2 Exterminadores e agora O Segredo do Abismo. Tenho um motivo por ter escolhido esses filmes além do diretor. Todos eles marcaram minha infância e todos são simplesmente excelentes. Me surpreende que O Segredo do Abismo tenha caído no esquecimento da maioria, pois é um filmaço do início ao fim.
Sinopse: “A equipe de uma plataforma de exploração de petróleo deve resgatar um submarino nuclear que afundou misteriosamente. Assim, começa a operação rumo ao fundo do oceano, onde existe algo inimaginável.”
Se nunca viu, tentarei lhe dizer o porque desse ser um dos melhores filmes do final dos anos 80. Ele foi lançado no ano de 1989, durante a temida Guerra Fria que só viria acabar em 1991. O mundo ainda vivia tenso e com medo de uma possível guerra nuclear entre EUA e União Soviética. Sabendo disso, o roteiro nos coloca justamente nessa iminência com o afundamento de um submarino norte-americano contendo ogivas nucleares e a neurose só aperta quando sabemos que 2 submarinos russos foram vistos próximo ao local. Pronto, esse é o pano de fundo perfeito. Ao vermos o filme vamos descobrindo aos poucos que o fundo do mar guarda mais segredos do que imaginávamos.
Agora pega tudo isso e coloca uma imersão claustrofóbica por estarmos no fundo do mar, junto com sequências de ação que nos deixam tensos e reviravoltas que irão nos fazer questionar o que está acontecendo. Mérito do roteiro e direção que tira nossos protagonistas da frigideira direto para o fogo. A grande perseguição de mini submarinos debaixo d’água, a cena do afogamento e a queda do guindaste na base submarina são excelentes exemplos de como se faz um filme. Outra pequeno fator que deve ser mencionado na construção dele é o início do uso do CGI. Aqui, vemos o início da tecnologia que seria aperfeiçoada em O Exterminador do Futuro 2 (1991) e que iria ao ápice em Jurassic Park(1993). o resto é história.
O que me impressionou mais ao rever foi notar que de forma nenhuma ele está datado. Talvez umas piadas machistas ali e o uso de efeitos especiais que fica estampado na nossa cara possam incomodar o jovem de hoje, mas não estraga a experiência do todo. Se nunca viu e se considera cinéfilo, vá ver imediatamente após ler o texto, caso já tenha visto, é possível que esteja concordando comigo (ou não). O importante é que esse longa é mais um clássico que merece sua atenção. Será que vou aproveitar essa nostalgia e ver Titanic de novo? Acho que vou hein.
Curiosidade: James Cameron é um aficionado pelo fundo do mar. Ele criou tecnologias capazes de gravar debaixo d’água, algo inédito na época. Toda essa tecnologia e paixão o ajudou também a gravar Titanic e documentários submarinos para a National Geographic.