O Rei

O Rei é uma produção original Netflix lançada em novembro de 2019 e que claramente foi lançado visando o Oscar. Com direção de David Michôd (The Rover – A Caçada) e roteiros do próprio Michôd com Joel Edgerton (The Rover – A Caçada) e que também atua em O Rei como o melhor amigo de Henrique V. Encabeçando o elenco temos o novo, mas já indicado ao Oscar por Me Chame Pelo Seu Nome, Timothee Chalamet e com outros nomes como Robert Pattinson (O Farol), Sean Harris (Missão Impossível) e Ben Medhelson (Rogue One). Com esse currículo temos um bom filme, mas que acaba faltando algo.

Sinopse: “Descontente com a realeza, o príncipe herdeiro Hal (Timothée Chalamet) decide viver entre os plebeus. Mas coroado Rei Henrique V da Inglaterra após a morte de seu pai tirano, ele é forçado a retornar para o mundo que havia deixado para trás. Agora, o jovem rei precisará lidar com as pressões políticas e o legado de guerra deixado por seu pai ao mesmo tempo em que enfrenta suas próprias questões emocionais, como a relação com seu amigo e mentor, o cavaleiro alcoólatra John Falstaff (Joel Edgerton).”

 

Eu gostei do filme, só tenho dúvidas se gostei pelos motivos certos. Vou tentar explicar. Sempre amei demais qualquer história sobre a coroa britânica, isso por si só já seria um motivo para gostar. Inclui nesse único motivo o fato de ter conspirações contra a coroa sem sabermos em quem confiar e também inclua o jogo de gato e rato feito pelos estrategistas para vencer uma batalha. Pode não ser o suficiente para todos, mas isso já me dá um ânimo tremendo.

O legado deixado pelo antigo rei é grande e Henrique V precisa unir a Inglaterra novamente. Não é uma tarefa fácil unir o povo de uma hora para outra. Qual a melhor forma de fazer isso? Ozymandias já nos disse a resposta em Watchmen: as pessoas se unem quando encontram um inimigo em comum. A França acaba sendo esse inimigo, mas nos resta saber se o motivo foi genuíno ou forjado. Um pequeno plot twist nos é jogado ao final e nos fazemos a pergunta se é certo conseguir o bem maior através de uma mentira. E uma frase dita no longa o resume perfeitamente: “um rei não tem amigos, apenas seguidores e inimigos”.

Considero o Timothee Chalamet um dos melhores nomes da nova geração de atores que andam surgindo por aí, mas eu demorei a comprá-lo um pouco como o grande rei da Inglaterra. Sua atuação é ótima e vemos claramente a mudança dele de um ser boêmio a um homem sério e com convicções fortes. Mesmo assim, eu não consegui comprar 100% o Henrique V guerreiro. Seu físico não ajuda nessa parte, mas tudo bem, talvez seja um pequeno detalhe a ser deixado de lado.

Como dito anteriormente, eu gostei do longa mas sinto que me faltou algo. Me incomoda o fato de eu não saber com exatidão o que. O motivo pelo qual eu mais me aproxime desse incômodo talvez seja o ritmo dele. Não é ágil, e pode ser que em alguns momentos cause uma indiferença aos acontecimentos. Pode ser que tenha faltado um coração, pois tecnicamente