O Pitassilgo
Eu não sou um grande conhecedor de artes. Após ver o filme quis saber se o quadro “O Pintassilgo” (The Goldfinch) era real. Para minha alegria, ele é sim real. Foi pintado por Carel Fabritius em 1654 e até hoje pode ser visto no Museu Mauritshuis, em Haia, Holanda. Fabritius foi o maior discípulo de Rembrandt e morreu jovem, aos 32 anos, vítima de uma explosão em um armazém de pólvora próximo ao seu ateliê. Muitos dos seus quadros foram destruídos, mas alguns foram salvos. O Pintassilgo foi um dos que conseguiram “sobreviver”.
Sinopse: “Theodore Decker tinha 13 anos quando sua mãe foi morta em um atentado ao Museu Metropolitano de Arte. A tragédia muda o rumo de sua vida, levando-o a uma emocionante odisseia de sofrimento e culpa, reinvenção e redenção, e até mesmo amor. Em meio a isso tudo, Theo se apega a um pequeno resquício de esperança daquele dia terrível – a pintura de um passarinho acorrentado ao seu poleiro.”
O longa é baseado na obra literária de mesmo nome escrita por Donna Tart e que foi o grande vencedor do Pulitzer de 2014 como Melhor Ficção. Ele junta realidade e ficção para nos trazer uma história grandiosa. A parte real é a que citei no início do texto e a parte ficcional é a que centra no protagonista Theo Decker, que é vivido por Oakes Fegley (Meu Amigo, o Dragão) quando criança e vivido por Ansel Elgort (A Culpa é das Estrelas) quando adulto.
Fui ver sem saber do que se tratava, e logo dá para sentir aquele clima de livro. Muitos personagens, muitas reviravoltas e grandes surpresas. Embora ele não tenha sido muito bem recebido pela crítica e público, me agradou. Realmente me interessei pela jornada apresentada e quis saber como acabaria. O longa tem um ritmo devagar, o que poderia causar certa sonolência, mas não foi o que aconteceu comigo. O meu interesse acabou sendo genuíno, o que me trouxe uma grande satisfação mesmo que o final não tenha sido perfeito.
O longa é dirigido por John Crownley (Brooklyn) e conta com um elenco grandioso. Nomes como Nicole Kidman (Moulin Rouge: Amor em Vermelho), Jeffrey Wright (Westworld), Luke Wilson (Os Excênctricos Tenenbaums), Sarah Paulson (Vidro), Finn Wolfhard (It: A Coisa), além dos protagonistas já citados. Todos muito bem, mas com atuações bem contidas. Nada que faça brilhar e nada que faça parecer um grande desastre. Não acho que eles sejam o forte aqui, acho que a história por si só é o grande chamariz.
No geral, achei um bom filme e recomendaria. Consigo entender perfeitamente o porque de alguém não ter gostado, mas aí realmente vai de cada um. Me empolguei com a história e queria fazer uma visita ao Museu Mauritshuis para ver o quadro original. Pode parecer meramente um quadro ou uma pintura que qualquer artista faria, mas imagina o quanto de história esse quadro transpira. Só de estar perto deve nos proporcionar uma emoção inesperada.