“O Menu” é um suspense repleto de humor ácido. Roteirizado pela dupla Seth Reiss e Will Tracy e dirigido por Mark Mylod, conhecido pela premiada série “Succession”. Apesar de definido como terror e comédia, a proposta aqui não é arrancar gargalhadas e sim, uma crítica as nossas próprias estranhezas, e idiossincrasias. O crítico, o chefe, o fã, o artista, todos recebem um espelho do qual costumam normalmente desviar. Descontrole, caos, lavagem cerebral, assédio e muitos outros temas vem à tona nesta bem azeitada experiencia de humor, terror e culinária.

Na trama, um grupo seleto vai a uma ilha remota para a experiencia gastronômica de um renomado chefe de cozinha. O clima vai escalonando e todos começam lentamente a notar que algo está errado, indo além de pura excentricidade do chefe e equipe, até que se inicia algo perigoso e violento, onde mortes podem acontecer.

O elenco é todo repleto de vários conhecidos do público, como John Leguizamo (Moulin Rouge e Natal Sangrento), mas o destaque vai para a jovem e talentosa Anya Taylor-Joy (Noite passada em Soho), que interpreta Margot, e funciona como antítese dos outros personagens, a única pessoa presente que não estava na lista e foi como acompanhante do insuportável e desesperado por atenção fã de gastronomia Tyler, interpretado por Nicholas Hoult (The Great).

Tirando Margot, cada um dos presentes era esperado, tudo foi milimetricamente elaborado. Além do sádico chefe de cozinha Slowik, brilhantemente interpretado por Ralph Fiennes (A Lista de Schindler), vemos que todos os clientes têm teto de vidro. Autores e diretor brincam com a pretensão dos chefes e ainda dos pomposos frequentadores assíduos deste tipo de lugar. Tanto Taylor-Joy quanto Fiennes, angariaram indicados ao Globo de Ouro por esse filme, respectivamente nas categorias atriz e ator em filme de comédia.