Nomadland
O longa não é sobre moradores de rua e sim moradores de vãs. Pessoas que vivem viajando, procurando trabalhos temporários de cidade em cidade sem nunca criar raízes. Essas pessoas que no filme são chamadas de nômades vivem em condições de extrema pobreza em uma forma de comunidade itinerante, assim, vidas se cruzam e se separam a todo tempo, deixando sempre um aprendizado. Cada um dos personagens mostrado tem histórias e motivos diferentes para viver dessa forma tão incomum, sem o mínimo de conforto e higiene aos quais somos tão acostumados.
“Nomadland” é uma bela lição de humildade. A diretora Chloé Zhao fez excelente trabalho causando desconforto ao expectador que é obrigado a sair de seu lugar comum e se deparar com uma realidade completamente diferente da sua mas que existe pelo mundo todo e com a qual evita pensar por causar estranheza
O filme conta com brilhante interpretação da duas vezes vencedora do Oscar Frances McDormand, que viveu por meses na estrada para imergir no papel, vemos como essas pessoas que não tem quase nada são capazes de ajudar umas as outras e compartilhar seus poucos alimentos e pertences. Enquanto isso, sabemos que a sociedade dita comum é muito mais autocentrada esquecendo a existência do vizinho.
Esta ficção tem um formato de documentário principalmente pela maioria das pessoas em cena serem nômades da vida real que são praticamente entrevistados pela personagem fictícia Fern (McDormand). Com uma fotografia que contrasta espaços claustrofóbicos com grandes espaços abertos o filme carrega lições de vida necessárias ao ser humano que ignora os problemas e escolhas alheios por não entender ou por não ser com ele. Indicado ao Globo de Ouro em quatro categorias.