Este longa que mistura terror, suspense e ficção cientifica é fruto do ousado trabalho do diretor e roteirista Brian Duffield (Amor e Monstros). Apesar de inicialmente lembrar “Sinais” (2002) de M. Night Shyamalan, logo escalona para o episódio da clássica série de ficção, “Além da Imaginação”, “Os Invasores” (1961), estrelado por Agnes Moorehead (A Feiticeira). Nele, uma senhora humilde que mora em um lugar isolado recebe a visita de estranhas e pequeníssimas criaturas, o episódio era todo mudo, contando com a atuação expressionista galgada apenas em gestos e olhares de Moorehead, o que também, acontece aqui.

Na trama, Brynn (Kaitlyn Dever) é uma jovem de vinte e poucos anos que vive de forma peculiar, com moveis, roupas e hábitos antigos, sozinha em um lugar bastante isolado, quando é surpreendida por criaturas cinzas vindas do espaço. Ela é uma espécie de paria na cidade e não tem para quem pedir ajuda.

Brian Duffield em entrevista, declarou que queria muito uma atriz que conseguisse segurar o filme todo nas costas, porém, que ainda não tivesse trabalhado em nenhum filme do universo Marvel. A escolha de Dever, já conhecida por filmes teen e séries como “Last Man Standing” e “Inacreditável” foi acertadíssima. Sem dizer nenhuma palavra ela consegue instigar o público e capturar seu olhar. Um show de atuação em um papel extremamente desafiador para qualquer veterana.

Além da trama envolvendo os ets, temos uma subtrama envolvendo um mistério que só será revelado ao final. Apesar de conter algo de blockbuster pelo suspense e tema alienígena é praticamente um filme de arte, indicado para paladares mais refinados. Direção, roteiro e atuação geniais dão o tom ao longa que aborda ainda o quanto muitas vezes nos sentimos estranhos em nosso próprio mundo.