Nada de Novo no Front
É de conhecimento geral que a Alemanha saiu perdedora da Primeira Guerra Mundial, que se deu de 1914 a 1918. Muito se comenta que essa derrota que destruiu o país, contribuiu e muito para que as ideias absurdas de Hitler ganhassem força entre o povo, uma vez que o desespero e o medo são péssimos aliados para tomadas de decisão. Muitos filmes mostram a visão do mundo perante os “vilões” alemães, porém, este remake pelas mãos do diretor Edward Berger (Jack), mostra a outra face da história. As batalhas finais de uma guerra perdida, onde jovens despreparados sofriam as consequências de uma guerra escolhida pelos poderosos. Como dizia Renato Russo em sua música: “O senhor da guerra não gosta de crianças”.
O longa todo feito em tons azulados e sépia, uma vez que não havia cor na vida daquelas pessoas, narra a trajetória do jovem Paul Bäumer (Felix Kammerer), acompanhamos sua participação na guerra, batalhas, a relação com os colegas, com os inimigos, com os superiores e todas as dificuldades envolvidas. No fim, todos no campo de batalha são iguais, só que estão em lados opostos.
Com vários planos sequência, em diversos momentos nos faz lembrar o indicado ao Oscar 2020, “1917”, que narrava as desventuras de jovens americanos, do outro lado do front. Um dos pontos mais interessantes da trama é o paralelo entre as altas patentes do exército e os soldados iniciantes. Opulência, conforto e desconsideração pela vida humana, em contraste com desespero, fome e dor por parte de pessoas que não tem escolha.
Indicado à 9 categorias no Oscar desse ano, “Nada de novo no front” tem muitas chances de angariar a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro.