Meu Pai
“Meu Pai” é um filme com cara de Oscar, não é à toa que foi indicado em seis categorias incluindo melhor filme. Um drama emocionante capaz de mexer com o psicológico do publico tirando-o de seu lugar de conforto. Com atuação emocionante e magistral do veterano Anthony Hopkins (O Silêncio dos Inocentes) é impossível ficar indiferente ao que se passa em cena. Impecável em todos os detalhes. A trama não está de forma linear, de fácil digestão. É um filme para os mais atentos que gostam de sentir as diferentes nuances da história sem se preocupar com o que é realmente real e o que imaginação do personagem centram.
O longa segue o drama vivido por Anthony (Hopkins) e sua filha Anne, brilhantemente interpretada pela vencedora do Oscar 2019, Olivia Colman. Todos conhecem ou já ouviram falar em pessoas que perderam suas faculdades mentais com a idade para doenças como Alzheimer e demência. O diretor Florian Zeller nos mostra a visão do idoso acometido por esse tipo de enfermidade. O quanto o mundo a sua volta se torna assustados, o quanto é difícil não confiar em ninguém a sua volta quando a sua memória e imaginação lhe pregam peças.
Vemos quase que histórias paralelas através da visão do protagonista. Ao nos colocarmos em seu lugar, o drama parece um filme de terror. De muito bom gosto, o longa usa de atuações pontuais, diálogos, monólogos, formas de filmas e músicas que envolvem toda a trama em uma aura de drama e tristeza sem ser apelativo.
O enredo aborda ainda a tristeza sofrida pela família que vê seu patriarca perder sua mente. A participação da filha na jornada do pai que enfrenta sua doença é pontuada por uma opera de tom pesado e dramático com uma caminhada que se iniciada no começo do filme e que termina da mesma forma, fechado o ciclo de modo técnico e artístico.