Mentes Sombrias
Temos aqui mais um filme baseado em um livro, onde vemos uma distopia com adolescentes como personagens principais. O caça-níquel da vez é o best-seller “The Darkest Minds”, traduzido para o português como “Mentes Sombrias”, escrito por Alexandra Bracken. Para variar, eu não li a obra original, o que não me qualifica para julgar se é igual ou melhor, ou se mesmo consegue ser fiel ao exemplar literário. Só posso julgá-lo como filme, mas adianto que não fiquei curioso para ler o dito cujo.
Sinopse: “Em um mundo apocalíptico, onde uma pandemia mata a maioria das crianças e adolescentes da América, alguns sobreviventes desenvolvem poderes sobrenaturais. Eles, então, são tirados pelo governo de suas famílias e enviados para campos de custódia. Ruby, uma das sobreviventes, consegue escapar com outras crianças e sua vida muda para sempre”.
Achei a premissa excelente, o que aconteceria se 90% das crianças e adolescentes morressem? E se os outros 10% ganhassem poderes? Temos espaço para grandes eventos aí. Imagine como o mundo ficaria louco? Entretanto, nada deste colapso causado pelos tais eventos é mostrado. Em nenhum momento sabemos como está a economia ou como as famílias estão lidando com o fato de não terem mais filhos. O terror em que deve ter se transformado um mundo de adultos sem filhos também não nos é mostrado. Aliás, esquece tudo o que falei. Esta é apenas a história de uma menina superpoderosa que será a nova Katniss Everdeen no cinema.
Nem as cenas de ação, que na minha cabeça seriam maravilhosas, são destaques aqui. Lembro somente de duas, durante toda a projeção, o que não empolga nem um pouco. A direção de Jennifer Yuh Nelson (Kung Fu Panda 3) é bem simples e não arrisca em nenhum momento. Se tivesse feito um pouco mais do que estava no papel, poderia ter sido melhor. Nem entre os atores eu trago um destaque. Não consegui me apegar a ninguém e realmente não estava me importando com o que aconteceria com os protagonistas. Estamos em um mundo distópico e, ainda assim, temos músicas adolescentes na trilha sonora. Definitivamente, eu não consegui levar a sério.
Me atrevo a dizer que será um fracasso de bilheteria, pois nada nele empolga e é capaz de fazer alguém feliz de verdade. Nem mesmo o final aberto, prometendo continuações, foi suficiente para mim. Acredito que, se houver tais sequências, haverá mais explicações dos questionamentos que fiz ali em cima. Contudo, eu realmente não vou esperar com empolgação para ver. Quem sabe eu não passe a ler mais os livros em que se baseiam estas obras? Talvez, assim, poupe mais o meu tempo.