King Richard: Criando Campeãs

‘King Richard: Criando Campeãs’ é o novo filme estrelado por Will Smith onde ele interpreta Richard Williams. Ele é nada mais nada menos do que o pai de Venus e Serena Williams. Se você não sabe quem são elas provavelmente esteve em coma nos últimos 20 anos. Elas são irmãs e tenistas multicampeãs que dominaram por um grande período de tempo os maiores torneios da modalidade nesses anos em que estavam em plena atividade. Se elas são as famosas, porque temos uma história sobre o pai? Tentarei responder essa pergunta a seguir.

Sinopse: “Richard Williams é um pai dedicado e determinado a tornar suas filhas, Venus e Serena, em lendas do esporte. Com métodos pouco tradicionais, ele cria duas das maiores atletas de todos os tempos.”

https://www.youtube.com/watch?v=jZXEW1O973A&t=3s

 Apesar delas serem as grandes estrelas que ficaram sobre o holofote da mídia, não seriam ninguém se não tivessem a perseverança do pai. Elas só são o que são hoje por causa dele. Ao mesmo tempo em que temos passagens no longa que o achamos um pai abusivo também vemos um pai que só quer o melhor para as filhas. Essa linha é bem tênue em diversos momentos, mas que se elucida rapidamente no momento em que o serviço social vai visitá-los. Essa é a cena em que Will Smith (Eu Sou a Lenda) já mostra porque ele é um dos melhores atores em atividade que temos por aí.

Ele é um pai difícil de se lidar e fiquei imaginando como deve ter sido complicado trabalhar com ele. Um sujeito falho em diversas óticas, mas que ao mesmo tempo perseverou e lutou para ver as filhas como as melhores do mundo. Muitos duvidaram e ele mostrou que estava certo. Suas escolhas bem polêmicas de como lidar com as filhas demoraram, mas no final conseguimos entender ao vê-las em quadra jogando de igual para igual com as melhores do mundo quando ainda eram apenas adolescentes.

Esse filme é do Will Smith. Temos ótimos coadjuvantes como Aunjanue Ellis (Ray) que faz a esposa de Richard e mãe das meninas. Ela tem pouco destaque na história em si, mas quando ela está em cena mostra porque está ali. Ela acaba sendo o publico o indagando das decisões e os confrontos entre eles renderam ótimas cenas. Will por ser o protagonista consegue entregar muito mais por ter mais tempo de tela também. Ele está bastante bem no papel e ouso dizer que ele pode ser favorito no Oscar desse ano.

A direção ficou por conta de Reinaldo Marcus Green (Joe Bell). Eu não o conhecia até pouco tempo e já digo que ele é um diretor que devemos ficar de olho. Aqui ele não chega a fazer nada extraordinário na função, mas o seu básico é excelente. Ele brilha mais quando os atores têm que mostrar algo. Sua condução também é muito boa. Por ser um filme com mais de 2 horas de duração, era preciso ter um bom ritmo e ele consegue isso com louvor. Ele é longo, mas passa suave.

O único ponto negativo para mim é que o seu final soou um pouco anticlimático. Essa é uma história com uma crescente e esperamos um final catártico, mas não é o que temos aqui. Consigo entender o motivo disso, mas isso pode frustrar um pouco por quem estava esperando por algo mais grandioso. Digo isso porque o roteiro te leva a essa expectativa e somos relegados a apenas um “esse é apenas o início”. Poderia também ter sido chamado de “Venus e Serena: O Início”.

As expectativas para o Oscar são grandes. Ele foi indicado a 6 Oscars. Entre eles o de Melhor Filme, Melhor Ator para o Will Smith e Melhor Atriz Coadjuvante para Aunjanue. Will Smith talvez chegue como favorito na categoria por ter ganho o Globo de Ouro. Será que teremos a consagração do ator esse ano? Confesso estar torcendo por ele. No mais, posso dizer que ele merece ser visto e que é uma ótima película.