Histórias Assustadoras Para Contar No Escuro

Como sempre, o produtor e roteirista Guillermo Del Toro (A Forma da Água) nos traz uma história contada em forma de fábula usada como pano de fundo para abordar temas importantes, reais e sérios. O filme bate várias vezes na tecla de que uma história contada muitas vezes se torna real. Vem nos mostrar que a história se repete, mostrando as terríveis consequências da guerra do Vietnã, os problemas ocorridos durante o governo de Richard Nixon (de 1969 até 1974) e até mesmo o preconceito contra o imigrante para fazer um paralelo com o atual governo Trump, mostrando que tudo se repete e as fake news, depois de contadas muitas vezes se tornam verdades.

Sinopse: “A cidade de Mill Valley é assombrada há décadas pelos mistérios envolvendo o casarão da família Bellows. Em 1968, a jovem Sarah (Kathleen Pollard), uma garota problemática que mantinha um relacionamento ruim com os pais, foi ao porão para escrever um livro repleto de histórias macabras. Décadas mais tarde, um grupo de adolescentes descobre o livro e passa a investigar o passado de Sarah. No entanto, as histórias do livro começam a se tornar reais.”

O grande terror contido no longa não está nos monstros que dão sustos e nos arrancam arrepios na tela, mas sim, nos próprios demônios de cada um. Aqui, são explorados os medos pessoais, o que lhes aterroriza, fazendo lembrar bastante de “IT – A Coisa”. Ainda temos uma referencia ao “O Iluminado”, mais uma homenagem de Del Toro a Stephen King. A predominância de planos escuros da o tom à trama, tanto sendo coerente com o título, como também criando uma atmosfera atormentada, sombria e sufocante como a vida de nossos personagens principais.

Baseado na série de livros de Alvin Schwartz, mais do que um terror, com certeza uma aventura, cheia de camadas, tudo extremamente relevante e bem amarrado do início ao fim, tudo ali faz sentido. Mas é preciso manter os sentidos aguçados para realmente poder entender a beleza de toda a narrativa que não apela para os sustos fáceis e sim para um terror psicológico.