Hellboy e o Homem Torto

Hellboy e o Homem Torto é o 4º filme live-action do personagem a ser lançado nos cinemas. Agora, o personagem principal é protagonizado por Jack Kesey (12 Heróis) e possui a direção de Brian Taylor, que também co-roteiriza essa produção. A grande novidade é que o criador do personagem, Mike Mignola, dessa vez faz parte do time de roteirista. Isso já dá um grande respaldo a essa produção e a certeza de uma fidelidade maior a tudo o que vemos. Vale lembrar que esse filme é baseado na minissérie em quadrinhos em 3 edições de mesmo nome. Não é uma obra original do autor, e sim uma adaptação de uma de suas histórias.

Sinopse: “Hellboy se une a uma agente novata da B.P.D.P. na década de 1950 e são enviados para os Apalaches. Lá, descobrem uma remota e assombrada comunidade, dominada por bruxas e liderada pelo sinistro demônio local, conhecido como O Homem Torto. À medida que exploram os mistérios sombrios deste lugar isolado, Hellboy confronta segredos enterrados de seu próprio passado, levando-o a uma batalha épica contra forças malignas que ameaçam desencadear o caos sobre o mundo.”

Esse filme custou apenas 20 milhões de dólares, o que para Hollywood não passa de um trocado para o pão. Com baixo orçamento a história deveria ser menor e mais contida. Nada de salvar o mundo. Nada de uma conspiração global que apenas Hellboy pode nos salvar. Aqui, o escopo é menor e temos uma aventura pontual e bastante particular. O terror também se mostra bastante presente e é um dos grandes pontos altos do longa.

Esse terror é que dá muito o toque da aura dessa obra. Ele não chega a ser amendrontador a ponto de sentirmos medo ou de tomarmos um susto em momentos desavisados. Ele não se propõe a isso, porém, temos bastantes cenas que podem incomodar. Elas são muitas e esse detalhe é que transforma essa aventura em algo a mais. Fica até confuso para descrever meu sentimento quanto a isso, pois, no geral, o achei mediano, mas ao mesmo tempo, muitas coisas nele me agradaram bastante. Essa aura escura, triste e de fim de mundo me pegou de uma forma boa.

Esse Hellboy tem um pouco dos atores anteriores, mas achei ele mais calmo, cético e com piadas bem pontuais. Por não ter medo dessas situações, ele acaba se tornando um personagem que te deixa tranquilo mesmo com todo o horror a sua volta. Ele, apesar de não parecer o principal personagem da história, ainda possui um arco que o liga a sua mãe da qual ele nunca conheceu. Por mais que parecesse cair nesse lugar de forma sem querer, o destino pode tê-lo guiado para derrotar mais esse mal e para conhecer mais sobre suas origens.

Verdade seja dita, nunca fui um grande fã de seus outros filmes. Achei todos no máximo bonzinhos e com aventuras gigantescas sem precisarem ser. Hellboy e o Homem Torto tem uma história pequena que não necessita de seres superpoderosos que vão dominar o planeta. O tom de terror o deixou melhor ainda e era isso que eu queria. Acredito que os fãs também gostarão dessa nova aventura. Mesmo assim, acho que ele não terá um apelo grande comercialmente. Provavelmente, ele ficará relegado a um nicho que saberá curti-lo da forma certa.