Festival do Rio: Daliland
“Daliland” é um filme leve e contemplativo, com tom bem-humorado. Fazendo lembrar “Sete Dias com Marilyn” (2012) de Simon Curtis. Dirigido por Mary Harron (Psicopata Americano), a trama gira em torno do tempo em que um jovem trabalhou como assistente do renomado pintor Salvador Dali. Conhecendo seu mundo particular com suas excentricidades, vida intima com a mulher, Gala, e os amigos. São mostrados ainda personagens da vida real que conviveram com o pintor, como o cantor Alice Cooper e o diretor Luis Buñuel.
Ao contrário do que se pode pensar, esta não é uma biografia que conta a história da vida de Dalí, brilhantemente interpretado pelo ator Ben Kingsley (Gahndi). O longa se passa parte em 1973, parte em 1985, mostrando ainda vários flashs da juventude e Dalí através de suas lembranças narradas.
Assim como seu jovem assistente e James (Christopher Briney), somos levados a um casamento pouco convencional. Conhecemos um pouco a história de como Dalí e Gala se conheceram, e como seu casamento funcionava. A versão mais nova do pintor fica por conta do polêmico ator Ezra Miller.
As pinturas de Dali são uma ode a sua musa Gala (Barbara Sukowa) de quem é extremamente dependente, como uma criança necessita da mãe. O filme aborda ainda a sexualidade livre no meio artístico, a amizade entre Dalí e Amanda Lear (Andreja Pejic) uma mulher trans, e como o amor e os relacionamentos podem ser platônicos. As filmagens são todas feitas em tons amarelados para dar ar de antigo ao longa. As peculiaridades de Dalí e Gala são retratadas de forma levemente cômica. A ida ao cinema é obrigatória para os fãs de Salvador Dalí.