Woman of the Hour, no original, marca a estreia da atriz Anna Kendrick (Um Pequeno Favor) como diretora, que aqui atua também como uma espécie de protagonista do filme. Ao contrário do que pode parecer inicialmente ou sugerir o título do longa, a garota da vez não é Sheryl (Kendrick). A narrativa segue em paralelo a história de Sheryl mas também a de Rodney (Daniel Zovatto), um carismático estuprador, até o momento em que se encontram. Todas as atuações, cenários e trilha sonora dão o tom da trama sem grandes picos de emoção, mas que funciona em geral, com direito até mesmo a final girl.

A direção de Kendrick que dá vida ao roteiro de Ian McDonald (Doomwatch: Winter Angel), e é baseado em uma história real, faz uso de vários flashbacks, o que nos primeiros cinco minutos pode confundir o expectador, mas rapidamente a trama engata nos fazendo entender tudo. A trama segue os passos de Rodney, brilhantemente interpretado por Zovatto. A escolha do ator não poderia ser mais acertada, ele que ficou conhecido por personagens do bem como em “Penny Dreadful: City of Angels”, mostra aqui que literalmente quem vê cara não vê coração e muitas vezes quem diz um monte de besteiras é apenas um típico tio pavê, e já quem tem todas as respostas certas e apropriadas, muitas vezes é um monstro. Inicialmente, Rodney parece atencioso e carismático, mas logo suas feições mudam evocando Charles Manson.

A ideia por trás do filme é mostrar o incentivo à cultura do estupro, que era muito disseminada na década de 70 e infelizmente, ainda é um pouco nos dias de hoje. As vítimas e testemunhas muitas vezes são incentivadas à não fazer denúncias, outras vezes são desacreditadas pelas figuras de autoridade.

Programação:

Sexta, 04/10 20:45 Estação NET Gávea 3

Sábado, 05/10 21:15 Reserva Cultural Niterói 3

Terça, 08/10 21:30