Duna

Para quem nunca ouviu falar em Duna, segue uma pequena explicação: Dunaé um romance de ficção científica escrita pelo americano Frank Herbert(1920 – 1986) e foi publicado originalmente em 1965. Venceu o prêmio Hugo em 1966 e se tornou o livro de ficção científica mais vendido de todos os tempos. Independente do seu sucesso comercial ela é considerada como uma das mais renomadas obras do gênero ficção e fantasia. Só por esse currículo ele já merece ser visto pelos fãs de ficção científica. Me envergonho em dizer que nunca li e que tenho que sanar esse problema de caráter logo.

Sinopse: “Uma jornada do herói mítica e emocional, Duna conta a história de Paul Atreides, jovem talentoso e brilhante que nasceu com um destino grandioso, para além até da sua própria compreensão, e precisa viajar ao planeta mais perigoso do universo para garantir o futuro de sua família e de seu povo. Enquanto forças malévolas levam à acirrada disputa pelo controle exclusivo do fornecimento do recurso mais precioso existente no planeta – capaz de liberar o maior potencial da humanidade, apenas aqueles que conseguem vencer seu medo vão sobreviver.”

 

Dei uma enrolada inicial, mas vamos falar sobre ele que é o mais importante. A minha principal função nesse texto vai ser de preparar você para vê-lo. Achei um ótimo filme, mas tenho certeza que a maioria das pessoas não terá paciência com ele. Em seu início ele nos mostra todas as nuances desse mundo que veremos e te situa sobre as casas e sobre a trama política, além de mostrar costumes característicos dos povos. Isso tudo deixa a narrativa um pouco lenta, mas que é extremamente necessária para o entendimento das ações futuras. Pessoalmente, só ficou difícil para mim nas partes dos sonhos porque esse é sempre um artifício que me desagrada, mas aqui ele é primordial para o desenrolar da história. A melhor maneira de se assistir é em uma sala IMAX. É minha sala preferida e é a que mais consegue criar uma imersão entre a tela e o expectador. É ver a concepção do diretor da melhor forma possível.

Esse tipo de dinamismo é clássica do Dennis Villeneuve, diretor do longa. Eu não acho que ele tenha errado até agora, mas a maioria de suas obras possuem essa lentidão, vide Blade Runner 2049 (2017) e A Chegada (2016). Esse são dois exemplos de filmes que amo, mas que até mesmo eu sofri um pouco com ritmo devagar. Aqui em Duna, suas 2h 35min de duração só faz aumentar essa possível angústia. Falo isso mais para os mais ansiosos, marca da nova geração em que vivemos.

Lembrem também que esse é a 1º parte de vários longas que ainda serão desenvolvidos (assim espero). Digo isso, pois se você espera uma resolução total aqui, esquece. Ele é o início da saga vivida por Paul Atreides e posso dizer que estamos somente na ponta do iceberg. Muitas coisas vão acontecer ainda. Como ponto negativo desse detalhe eu tenho que citar o clímax. Esse para mim foi muito abaixo do que esperamos de um épico, mesmo que a gente já saiba que a história vai continuar. Posso até inteirar e dizer que não temos um clímax. O momento mais empolgante ocorre lá pelo meio.

Acredito que esse são os pontos negativos e como positivos posso citar todo o resto. A trama política é fascinante e me fez querer saber logo como tudo irá se desenrolar. Em relação a isso (e outras coisas também), se por acaso você notar várias semelhanças com Game of Thrones lembrem que Duna veio muito antes. Tecnicamente não há nada para se falar mal também, ele é todo lindo e perfeito. Direção de arte gigantesca, figurinos belíssimos, trilha sonora impecável e uma fotografia maravilhosa.

Outro destaque também é o elenco que é gigantesco e estrelar. Entre eles temos Timothe Chalamet(Me Chame Pelo Seu Nome), Rebecca Ferguson(Doutor Sono), Oscar Isaac(franquia Star Wars), o indicado ao Oscar Josh Brolin (Vingadores: Guerra Infinita), Stellan Skarsgård (Thor), Dave Bautista (Guardiões da Galáxia), Stephen McKinley Henderson (Um Limite Entre Nós), Zendaya (Homem-Aranha: Longe de Casa), Chen Chang (O Tigre e o Dragão), David Dastmalchian (Homem Formiga e a Vespa), Sharon Duncan-Brewster (Rogue One: Uma História Star Wars), pela atriz indicada ao Oscar Charlotte Rampling (45 Anos), Jason Momoa (Aquaman) e pelo vencedor do Oscar Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez).

Entre todos esses nomes nem todos são devidamente explorados. Alguns terão papéis maiores em suas continuações, enquanto outros infelizmente se encerram por aqui. Sim, há mortes e é possível que você sinta elas. Em relação a personagens eu só reclamaria da falta de resolução de alguns. Acabamos sem saber como acabam alguns deles, a não ser que isso também seja mostrado futuramente. Adaptar um livro desses nunca é fácil.

Recomendo que ele seja visto em uma sala de cinema, de preferência no IMAX como falei anteriormente. Sei que ainda há desconfiança no ar para as pessoas voltarem a esse lazer, entendo de verdade, mas caso já tenha tomado as duas doses e caso esteja mais tranquilo, fica a minha dica. Ele foi feito para ser visto desta forma. Com isso, termino meu texto dizendo que estamos diante de o início de um épico que se tornará ainda maior, caso suas continuações sejam aprovadas. Isso vai depender muito do retorno que ele obterá.