Desejo de Matar
A primeira coisa que fazemos ao ver um remake de um clássico é querer comparar com o original, mas prometo que não farei isso. Vou julgá-lo como um filme novo qualquer sobre vingança, afinal temos dezenas de filmes em cartaz que o nome poderia ser “Desejo de Matar” também. Após essa pequena análise noto como as pessoas gostam desse tipo de tema, incluindo eu. Acredito que o que atrai as pessoas para esse tipo de história deve ser a catarse final, quando o seu ódio está acumulado e queremos simplesmente ver o nosso “herói” se vingar. Infelizmente não consegui sentir toda essa emoção.
Sinopse: “Após ter sua casa invadida e esposa assassinada por bandidos, Paul passa a acompanhar a polícia nas investigações para capturar os criminosos. Em poucos dias ele percebe que a polícia jamais encontrará os assassinos. Sem opções, ele terá que se aventurar por caminhos obscuros em uma jornada pessoal em busca de justiça.”
Confesso que no início fiquei meio confuso de onde se passa a história. Ao começar mostra bem que é Chicago, mas poderia ser muito bem Rio de Janeiro pelo tamanho de violência que cerca a cidade. Por isso esse longa tem um ponto positivo para mim que é o fato dele ser bem atual, criando discussões válidas que temos no nosso dia a dia. Esse filme reforça o discurso de extrema direita onde bandido bom é bandido morto e que qualquer pessoa pode levar uma arma e matar a seu bel prazer pois estará fazendo justiça. Até onde podemos fazer justiça sem morrerem pessoas inocentes no processo? Discurso que é discutido muito durante o longa, mas que no final é deixado para lá. O que vale aqui mesmo é só a diversão, uma pena.
Não creio que ele foi feito para discussões desse tipo, acredito mesmo que ele foi feito para diversão. Pegando esse último aspecto eu não posso negar que ele o cumpre. A direção de Eli Roth (O Albergue) fica latente nas cenas de morte, onde o gore aparece e o inusitado se transforma quase que em uma comédia pastelão, vide a cena da bola de boliche que salva o protagonista em uma cena pra lá de vexatória. Temos aqui também uma boa influência de Paul Verhoeven, principalmente nas cenas dos comerciais onde o surreal se torna produto e até que paramos e pensamos: “gostaria de ter isso também”. Esses comerciais sempre me fizeram a alegria em filmes como Robocop e Tropas Estelares.
No final, achei que ele poderia ter sido melhor aproveitado. A discussão é válida, mas não leva a lugar nenhum. O personagem do Bruce Willis (Duro de Matar) não recebe nenhuma punição, o que deixa a pensar que é fácil assim mesmo. Não deixa de divertir o espectador, mas poderia sem bem melhor. Talvez eu esteja sendo o cara chato que fica esperando mensagens fortes em filmes de vingança sem pretensão alguma para a realidade. No final, ele se torna apenas isso, uma fuga da realidade.