Creed 3
Para quem dormiu no ponto nos últimos anos, devo lembrar que a franquia Creed deriva nada mais nada menos do que da franquia Rocky. Aquela que fez Sylvester Stallone famoso e que, além disso, é uma excelente história sobre um personagem que alcançou o seu auge no esporte e todas as suas atribulações por causa disso. Serei ousado e direi que Creed supera em alguns elementos o seu gene original e, apesar de não ter tanto apelo popular por aí, é uma obra que deve ser apreciada da melhor forma possível.
Sinopse: “Depois de dominar o mundo do boxe, Adonis Creed vem prosperando tanto na carreira quanto na vida familiar. Quando um amigo de infância e ex-prodígio do boxe, Damian (Jonathan Majors), ressurge depois de cumprir uma longa sentença na prisão, ele está ansioso para provar que merece sua chance no ringue.”
Eu já era fã dos longas anteriores de Creed, e para gostar dessa nova empreitada bastava fazer o seu feijão com arroz bem básico para eu sair satisfeito. Posso dizer que ele foi até melhor do que eu esperava. Veja bem, não acho ele o melhor dessa trilogia, mas chega bem junto dos anteriores. A sua fórmula de drama e boxe é mantida e não deixa a emoção cair em momento nenhum. Ele aprofunda todos os personagens da maneira que tem que ser feita a ponto de chegarmos no clímax completamente nervosos com o que essa luta final irá nos proporcionar.
Para quem conhece bem lutas de boxe, MMA e até mesmo de Wrestling (que muitos julgam ser uma farofada), sabe que existe uma certa promoção para que a luta ganhe proporções grandes o suficiente para fazer com que ela seja imperdível. Por muitas vezes, os atletas saem na mão de verdade, tamanho ódio que é criado. Aqui, a história é tão bem criada e levada de uma maneira tão natural que a luta final chega com ares de luta do século. Esse é o tipo de coisa genial que vende uma luta e que aqui vende todo um filme.
O roteiro, que julguei lindo do início ao fim, foi escrito por Zach Baylin (King Richards: Criando Campeãs), e pelos irmãos Keenan Coogler (Space Jam 2: Um Novo Legado) e Ryan Coogler (Pantera Negra). Esse último nome é simplesmente o responsável pela direção do primeiro Creed e pelos dois Pantera Negra, além de também ter escrito Creed 2. Uma equipe muito competente, mas devo ovacionar um pouco a mais o grande astro de todo esse longa: Michael B. Jordan (Fruitvale Station: A Última Parada).
Ele é nosso protagonista e também o grande diretor dessa obra. Nem parece que é o seu primeiro trabalho na função. Parece que Ryan Coogler conseguiu ensinar tudo direitinho a ele. Toda essa plástica é melhor vista, principalmente, durante as lutas que são muito bem coreografadas junto com uma câmera ágil que não deixa a gente perder nada. Ainda temos espaço para uma luta mental entre os dois protagonistas que é simplesmente linda de se ver.
Jonathan Majors (Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania) é outro que merece destaque. A atuação dele é simplesmente incrível e por mais que ele seja o “vilão” desse longa, em certos momentos, conseguimos nos empatizar com ele. Acredito que em pouco tempo veremos ele sendo indicado nas principais premiações por aí. A cada filme que ele faz, ele cresce monstruosamente em sua atuação. Já posso considerá-lo um dos meus queridinhos de Hollywood.
Alguns dirão que nada será melhor que Rocky, mas Creed está aí, a todo vapor, mostrando seu valor. Teoricamente, a história não tem mais para onde seguir, pois bem ou mal, nosso Adonis Creed já está chegando em uma idade avançada. Isso não impede de ter novas continuações, mas as ideias originais vão se esgotando. Espero que essa saga continue e agora nosso protagonista tem uma filha que também quer ser lutadora. Seria esse o caminho para o futuro da franquia? Só o tempo irá nos dizer.