Bom Dia, Verônica – 1º Temporada

A série nacional e original da Netflix tem origem no livro de mesmo nome lançado em 2016, de Andrea Killmore. Esse nome nada mais era do que um pseudônimo de seus verdadeiros autores: Ilana Casoy e Raphael Montes. Com essa breve introdução devo dizer que estamos diante de uma bela obra de thriller policial e terror. Terror? Sim, terror. Acredito que é dessa forma que muitas mulheres possam enxergar essa experiência. E não é fácil realmente, mas ainda assim, um belo produto com qualidade que chegou para nossa apreciação.

 

Sinopse: “Verônica Torres (Tainá Müller) trabalha como escrivã na Delegacia de Homicídios de São Paulo e tem uma rotina bastante entediante. Após presenciar um suicídio, ela precisa lutar contra os traumas de seu passado e acaba tomando uma arriscada decisão: usar toda a sua habilidade investigativa para ajudar duas mulheres desconhecidas. A primeira é uma jovem que se vê enganada por um golpista na internet. Já a segunda, Janete (Camila Morgado), é a esposa submissa de Brandão (Eduardo Moscovis), um policial de alta patente que a maltrata e leva uma vida dupla.”

 

De cara, é seguro de minha parte dizer que a série é ótima e que merece muito ser vista. Seus temas são duros mas importantíssimos para os dias atuais. Essa é a primeira obra televisiva que vejo tocar nos assuntos como feminismo e feminicídio de uma forma bem didática e prática. Se não entendeu é porque não viu direito e recomendo que veja com mais atenção. A série é bem misógina mas com essa intenção final. Ela consegue te deixar acuado de tanta merda ouvida em tela. Como falei, se não entendeu ou se sentiu assim, você viu errado.

 

O nosso sistema nunca foi justo. Ver criminosos confessos sendo soltos e vítimas em depressão sem nenhum amparo é de uma revolta completa. Nada mais do que um espelho da nossa realidade. Acompanhar Verônica nessa jornada de cabeça ao centro do pior do ser humano acaba sendo uma luta para testar nossa sanidade. A caída em parafuso adentrando segredos inimagináveis é capaz de deixar a protagonista e a nós mesmos sem esperança a ponto de cometer loucuras.

 

Tenho que destacar a atuação do Eduardo Moscovis que faz o grande vilão dessa temporada. Um policial que, aparentemente, é bom no seu trabalho e que é um marido exemplar. A verdade que se esconde atrás do personagem é de deixar qualquer um perplexo. Um serial killer de dar inveja a Ted Bundy. Ele fez tão bem o papel que meu ódio ao ator saiu de tela a ponto de não querer ver a cara dele. Ponto para o ator. Outro destaque importantíssimo é para Camila Morgado que faz a esposa submissa e que vive o eterno medo de ser espancada e morta pelo marido “bondoso”. A história dos dois é chocante e difícil de aguentar, do início até o seu momento final.

 

Sou do tipo que não gosto de fazer maratonas, gosto de degustá-las aos poucos. Bom dia, Verônica! conseguiu me instigar a vê-los quase que de uma vez. A história é densa e te prende a querer saber o que irá acontecer a seguir. O desfecho não foi o que eu queria, mas mesmo assim é satisfatório e te leva a querer uma 2º temporada quase que imediatamente. Os segredos descobertos envolvendo e trabalho e o pai de Verônica podem ser uma viagem ao centro da loucura.