Blonde

Uma biografia sempre mostra determinado escopo, uma vez que é impossível retratar 100 % de uma pessoa.  Cada pessoa ao ler uma história ou ver um quadro tem uma visão diferente uma vez que nossas vivências e conhecimentos pessoais alteram nossa percepção.  “Blonde” é baseado no livro homônimo de Joyce Carol Oates. Para assistir ao longa, é importante ter em mente que está não é uma biografia com a intenção de retratar a realidade fidedigna, Oates quis reconstituir a vida de uma estrela utilizando como base sua imaginação. A autora pegou boatos, acontecimentos comprovados, depoimentos e misturou com boa dose de fantasia para que nós conhecêssemos sua visão da história envolvendo uma personagem da vida real. O diretor e roteirista Andrew Dominik (O Homem da Máfia) seguiu a cartilha da autora à risca. “Blonde” é triste, belo e poético, como a vida de Norma Jean (Marilyn Monroe).

 

Diversos dramas e documentários já foram feitos em torno da atriz mais famosa de todos os tempos. Este se diferencia pela declarada licença poética, forma de filmar e desenvoltura de Ana de Armas (Entre Facas e Segredos), a protagonista. A performance da atriz ao dar vida a uma pessoa real de forma tão fidedigna e a maquiagem utilizada para deixá-la tão parecida, nos faz questionar se o filme que já está em cartaz na Netflix receberá devida atenção referente aos prêmios de atuação e maquiagem.

O diretor optou por cenas com músicas emocionantes, entremeadas por cenas completamente silenciosas para causar contraste e demonstrar o vazio existente dentro de Marilyn, uma mulher que sabemos ter sido muito atormentada. A forma de filmar demonstra a todo momento que ela sempre se sentia sozinha no mundo mesmo com mil pessoas a sua volta. Vale ressaltar as performances de Bobby Cannavale como Joe DiMaggio e Adrien Brody como Arthur Miller

O filme é bastante longo e pode ficar arrastado em alguns momentos, mas emociona. A tristeza passada em tela é de comover qualquer um, independente do que está sendo narrado ser verdadeiro ou não. Somos levados a vida de uma menina que sofreu abusos por parte da mãe que viria a ser internada em uma clínica psiquiátrica, não conheceu o pai, cresceu, e modificou sua aparência para se tornar uma estrela com o intuito de ser amada por todos. Como sabemos, o fim é trágico.

Para aprender mais sobre a vida da atriz, é recomendável livros e filmes biográficos. Para se emocionar, entreter e ver Ana de Armas como uma Marilyn perfeita, “Blonde” (loira em inglês) é totalmente indicado. O filme faz lembrar “Candle in the wind“, musica que Elton Jones escreveu sobre a morte da atriz, mas que depois foi modificada para fazer menção a morte de Lady Di.