Ata-me!

 

 

Este foi o segundo longa metragem de Pedro Almodóvar- exibido em 1990-, e um de seus filmes de maior sucesso. Como sempre, estão presentes já no primeiro segundo as lindas e vibrantes cores que o diretor tanto gosta de usar.

 

Sinopse: Para conquistar o amor de uma atriz, jovem recém saído de clínica psiquiátrica decide sequestrá-la em sua própria casa, mas sua ausência logo começa a levantar suspeitas e a preocupar sua irmã.

Trailer:

Nós vemos o personagem Ricky (Antonio Banderas) saindo de um manicômio onde além de interno, realizava pequenos trabalhos de conserto e tinha relações sexuais com a diretora da instituição. Já fora do confinamento, ele rouba quase tudo que vê pela frente.Ele é obcecado pela atriz Marina (Victoria Abril) que como dia a imprensa no filme “é pornô e tem fama de drogada”.

 

atame

Como já era de se imaginar, o gênio  Almodóvar nos traz uma história muito bem amarrada (com e sem trocadilho), que da vontade de continuar vendo cena por cena para saber o que irá acontecer no momento seguinte e também no fim.

 

A trilha sonora tem um Q de Hitchcock dando tom de suspense e tensão à trama. Como acontece em muitos outros filmes do diretor, há um número musical, neste caso sem relevância alguma para o enredo, mas mesmo assim bastante interessante com ar vintage.

 

Diferente da maioria dos sequestros deste tipo, não há estupro. Ricky não quer sexo, ele quer amor. Aparentemente, ele quer causar em Marina uma síndrome de Estocolmo (estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo sentimento de amor ou amizade perante o seu agressor). Mas será que se pode forçar o amor ?

 

Já é explicado do inicio para o meio do filme o porquê da obsessão de Ricky. A personagem sequestrada não é a típica vitima inocente, é despudorada, viciada em remédios, não se importa tanto com sua integridade física quanto seria esperado, e apesar de ter um pouco de medo, desde o início não tem o pavor de Ricky que se imaginaria que uma pessoa tivesse nessa situação.

marina

Todos os personagens centrais do filme têm algum tipo de patologia mental de tipos e níveis diferentes o que não é tão inusitado já que Almodóvar nunca foi adepto de personagens comuns e sempre foge completamente dos clichês hollywoodianos.

 

O mostra principalmente a linha muitas vezes tênue entre amor e doença.Para apreciar esta belíssima obra cinematográfica, é preciso penetrar na loucura e aceitá-la.

 

Está atualmente em Cartaz no Telecine Cult e no NOW Club da NET.

 

Por Luciana Costa

 

 

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