Artemis Fowl: O Mundo Secreto
Muita gente não sabe, mas Artemis Fowl teve 9 livros escritos por Eoin Colfer de 2001 até 2012. Eu li os 2 primeiros na época que lançaram no Brasil e já havia chegado aqui como grande best-seller, mas sinto hoje em dia que quase ninguém leu e que nunca ouviu falar no personagem. Suas histórias envolvem muito um clima policial, ação e fantasia. Ele foi feito basicamente para um público infanto-juvenil em uma época em que Harry Potter era a única coisa que se era falada nesse estilo. O filme saiu e ouvi muita crítica negativa contra ele, mas conseguiu me entreter.
Sinopse: “Artemis Fowl é um garoto de 12 anos muito inteligente que usa sua capacidade para roubar. Um dia, ele descobre um local mágico chamado mundo das fadas. Decidido a roubar a fortuna local, ele sequestra um elfo e cobra um resgate para libertá-lo.”
O fato de ter ouvido criticas ruins do filme por aí sempre me deixa com a expectativa mais baixa. Com isso, coisas absurdas acabam passando despercebidas justamente por ter aceitado que era um produto ruim. Dito isso, falo que acabou me agradando, mas não tanto. A falta de dinheiro na produção é visível, ainda mais quando notamos que são apenas duas locações: a casa de Artemis e o mundo mágico das fadas. Os efeitos especiais são qualquer coisa e o roteiro é muito conveniente quando quer, dando até mesmo para sentir um certo amadorismo.
“Ainda assim você gostou?” De uma certa forma sim. Achei que ele é ruim, mas muito honesto. A história é contada de forma narrada e que descobrimos no final que é tudo um plano do próprio Artemis (parece spoiler, mas é só um detalhe). Não me lembro se é dito no filme, mas ele possui o maior QI da Europa, e estou falando de uma criança de 12 anos. Sei que pode ser difícil de aceitar, mas é daí que saem seus mirabolantes planos.
No livro, ele é um gênio do crime frio e calculista que aos poucos vai mudando e aqui ele é um menino inteligente, mas que mostra muitas emoções por ver seu pai, vivido por Colin Farrel(Na Mira do Chefe), sendo sequestrado. A pessoa que começa a mudar ele é a elfa Holy Short, que no filme é vivido por Lara McDonnell(Simplesmente Acontece). Ela o mostra como ser mais empático e o ensina mesmo a ser uma pessoa melhor. Aqui eles brigam e do nada viram amigos porque não temos muito tempo para conversar. Uma relação desperdiçada.
A última cena tem a pior edição que alguém pode imaginar. Notem como as cenas não encaixam e como eles aproveitaram momentos de outra cena e a colocam ali. É vergonhoso e risível. A direção do experiente Kenneth Branagh (Assassinato no Expresso Oriente) poderia ter ajudado o filme, mas não foi o que aconteceu. Não sei se a produção teve problemas, mas realmente o que vemos aqui é algo no mínimo duvidoso e feito nas coxas.
Eu indico ele somente para as crianças e no máximo ao adolescente aficcionado por fantasia, ah sim, e pessoas como eu que baixa a expectativa e que acaba curtindo. Ele é ruim, mas dá pra divertir se você esquecer de qualquer regra possível. Fico triste porque ele tinha tudo para ser uma enorme franquia e tinha cacife para chegar perto de um Harry Potter. Vendo esse produto final, me faz acreditar que esse foi o primeiro e o último. Acredito que não terão coragem para criar uma continuação.
Artemis Fowl: O Mundo Secreto se encontra no catálogo da Disney +.