Aquaman

Aquaman nunca foi lá um dos grandes heróis da DC Comics. Apesar de estar sempre por ali, sempre foi objeto de chacota em meio aos leitores. E confesso que quando via o desenho dos Superamigos (1973-1985), sempre achava ele chato e sem função. Tinham que colocar ele na água pra poder fazer algo importante. Com personagens como Superman, Batman e Mulher Maravilha quem precisa de um homem que respira dentro d’água? Por ironia do destino e após fracassos de críticas dos filmes anteriores eis que surge Aquaman para se tornar se não o melhor filme da DC, pelo menos se tornar um dos mais memoráveis.

Sinopse: “Arthur Curry (Jason Momoa), mais conhecido como Aquaman, ainda é um homem solitário, mas quando ele começa uma jornada com Mera (Amber Heard), em busca de um artefato muito importante para o futuro de Atlantis, ele aprende que não pode fazer tudo sozinho.”

Já vou começar com a rasgação de seda e dizer que esse é o melhor filme da DC, até mesmo melhor que Mulher Maravilha, o qual gostei muito também. As cenas de ação são maravilhosas e com um rompante crescente, algo que tem faltado em muitos longas por aí, culminando em um clímax épico e poderoso. Os mundos debaixo d’água são fantásticos também. Principalmente Atlantis, com aquele tom de neon em tudo, lembrando algo extraterrestre (quem viu Segredo do Abismo pode entender essa comparação). Até mesmo a jornada do herói que no geral é cliché se torna bem feita aqui e conseguimos notar a evolução do personagem durante o longa.

Como pontos fracos posso citar a duração com suas 2h20 que podem se tornar cansativivas. E lá no meio, quando vão a sua caça ao tesouro acontecem coisas inesperadas como colocar músicas pops em alguns momentos que soaram bem estranhas pra mim. Depois de escutarmos uma trilha sonora linda em Atlantis, toca Depeche Mode com o Arraia Negra construindo sua arma em clima de um clipe pop. Algo que acho que o grande público vai simplesmente ignorar, mas que achei bem nada a ver.

Não posso deixar de citar a direção de James Wan aqui. Por ser um dos meus diretores preferidos da atualidade eu sabia que só por ele estar na direção já daria tudo certo. Na cena de abertura ele já mostra a que veio, criando uma cena de luta pequena mas linda. Ele tem uma ótima noção de onde se colocar a câmera e pra onde ir com ela. Soa simplesmente comum e natural. Outro destaque aqui é para a cena em Sicília, que somente com o jogo de câmera vemos a luta entre Aquaman (Jason Momoa) e Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II) e sem cortar vamos ver o que está acontecendo com Mera (Amber Heard) ao fundo. É simplesmente espetacular. E lógico, não posso esquecer da sequência final que é simplesmente grandiosa, culminando em uma luta com uma fotografia incrível.

Apesar de já ter visto Jason Momoa como Aquaman em Liga da Justiça (2017) é somente aqui que ele me convence totalmente como o herói do título. Ele tem um carisma gigantesco e não tem como não gostar dele em cena. A parceria com Amber Heard (Fúria Sobre Rodas) se tornou algo crucial para isso, pois os dois funcionam muito bem juntos. Até mesmo aquele cliché deles não se gostarem e aos poucos irem se apaixonando é bem legal. E a química entre eles é excelente também.

Enfim a DC conseguiu acertar e logo, quem diria, com um personagem secundário. Acabado o longa eu queria imediatamente ver a continuação, que certamente irá existir. O filme é bom e tem tudo para render bem na bilheteria. Desde já esperando a continuação e torcendo para manterem James Wan na direção e o resto do elenco também. Temos uma cena durante os créditos que já nos diz o que veremos pela frente.