Apocalipse Z: O Princípio do Fim

Sou bastante fã de qualquer filme com o gênero de terror zumbi. É uma temática que me chama a atenção e me causa algum certo fascínio. Sempre me imagino como um sobrevivente e sempre chego a conclusão de que não teria a menor chance e morreria muito rápido. Apesar de gostar muito, é fato dizer que passamos por uma estafa no assunto. Até pode divertir, mas fica difícil achar algo realmente bom e que nos prenda de verdade. Apocalipse Z: O Princípio do Fim engloba essa diversão passageira, mas é só isso.

Sinopse: “Uma doença semelhante à raiva se espalha globalmente. Manel (Francisco Ortiz), ainda em luto pela esposa, vive isolado com seu gato Lúculo. Forçado a deixar sua casa, ele embarca em uma jornada de sobrevivência, encontrando companheiros inesperados.

Eu amo como qualquer filme do gênero mostra como começou o caos. Aqui, não mostra isso diretamente, mas acompanhamos tudo pela TV ao fundo enquanto nosso protagonista parece atônito mesmo tendo um ano da morte de sua esposa. Essa tragédia ocorreu logo após uma discussão sobre eles terem um filho ou não, já que ele gosta tanto de crianças, mas que não queria ser pai. De alguma forma a culpa o persegue, mesmo que o acidente fatal não fosse por ocasião dele. Esse é o drama desse personagem. Pena que nada disso é usado durante o decorrer do longa. Ele possuir esse passado, não serviu para nada narrativamente falando. Por essa culpa diária, mal se dá conta de que o mundo está pegando com essa nova doença surgindo.

Algo que gostei foi o fato dos zumbis não serem pessoas mortas, e sim, pessoas vivas que foram infectadas. Algo como uma raiva. A franquia Extermínio (2002) inseriu esse tipo de doença e zumbi há mais de 20 anos e acho essa solução bem atraente. Se der um tiro no coração da pessoa ela vai morrer e possivelmente morra de inanição futuramente por falta de comida. Porém, eles são muito rápidos e bem mais agressivos. Não precisa de um bando para acabar com alguém.

Falando sobre o longa em si, gostei muito de sua primeira metade. O escalonamento do caos é interessante de acompanhar, assim como os seus dias sozinhos tentando sobreviver. A dica de não andar em grupo é muito interessante, pois se aparecer um infectado é o suficiente para acabar com todos. Nunca vi isso em nenhum outro lugar e faz muito sentido. Já da segunda metade para o final fica mais tedioso. O fato dele ter que se movimentar o força a conhecer novos personagens e esses não são tão interessantes quanto ele. Isso acaba sendo um ponto contra, por mais que fosse impossível manter uma narrativa solitária de nosso protagonista. Não tão só assim, o seu gato de estimação, Lúculo, é carregado e balançado por todo o lugar e me perguntei se ele sobreviveu a última ação da história, pois não lembro dele aparecer.

O seu final é aberto e bem alarmante. Quando pensamos que tudo vai acabar bem, uma notícia chega e abala tudo. Só me tranquilizei quando descobri que provavelmente teremos uma trilogia. Afinal, essa é a adaptação do 1º livro da franquia escrita por Manel Loureiro, que possui o mesmo título desse longa. As continuações se chamam respectivamente, Os Dias Escuros, e A Ira dos Justos. Agora é só esperar pelo que vem por aí. Achei bonzinho, começou bem e deu uma cansada com o tempo, mas estou curioso com o futuro.