Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore
Vou começar de uma forma penosa e talvez um pouco pesada, mas a franquia Animais Fantásticos me fez sentir falta dos filmes do Harry Potter. O mundo mágico criado pela J. K. Rowling é maravilhoso, não tenho o que falar mal dele, mas não adianta nada ter algo estupendo se a história não ajuda. Essa é a principal diferença entre as duas séries de filmes. Enquanto uma foi amplamente planejada, a outra se tornou basicamente um caça-níquel com uma história rasa que parece que não vai levar a lugar nenhum. De bom posso citar o mundo fantástico e os animais do filme, além de nossos heróis.
Sinopse: “O professor Alvo Dumbledore (Jude Law) sabe que o poderoso mago das trevas Gellert Grindelwald (Mads Mikkelsen) está se movimentando para assumir o controle do mundo mágico. Incapaz de detê-lo sozinho, ele pede ao magizoologista Newt Scamander (Eddie Redmayne) para liderar uma intrépida equipe de bruxos, bruxas e um corajoso padeiro trouxa em uma missão perigosa, em que eles encontram velhos e novos animais fantásticos e entram em conflito com a crescente legião de seguidores de Grindelwald. Mas com tantas ameaças, quanto tempo poderá Dumbledore permanecer à margem do embate?”
Esse filme certamente foi um dos que foram prejudicados ferozmente pela pandemia. Muita coisa deve ter sido reescrita pra deixar o mais barato e simples possível. Lembro que antes das gravações tinham dito que ele seria gravado no Brasil, ou pelo menos, se passaria por aqui. Nada disso é visto, apenas um vislumbre do Cristo Redentor. Esse detalhe seria essencial porque mostraria a escola de bruxos situada em nosso país. Essa parte seria mostrada porque uma das personagens apresentada aqui é brasileira, e de extrema importância para o mundo bruxo.
A personagem no caso é a Vicência Santos, interpretada pela Maria Fernanda Cândido (Dom), nosso orgulho nacional apresentado nesse filme. O problema também é que ela é uma personagem de suma importância que possui somente uma fala. Isso mesmo, UMA ÚNICA LINHA DE FALA. Mesmo assim ela é crucial para a história e quem sabe até mesmo para o futuro da franquia Animais Fantásticos.
O roteiro peca em alguns momentos. O que dizer do encontro totalmente aleatório entre Dumbledore (Jude Law) e o Credence (Ezra Miller)? Nada prenuncia isso e acontece do nada. É uma bela cena por sinal e diria que é a melhor de todo o longa, mas parece que ela é somente uma set piece que precisava estar no filme, não importa como. Só coloquem ali que o público vai adorar. Isso sem falar do clímax que é um pouco fraco. Esperei pela batalha de bruxos do século e não tive nada disso. Certamente foi culpa da pandemia, e vou passar esse pano.
Ainda em tempo, para quem não sabe, set piece é aquela cena carro chefe de um filme em que é planejada muito antes de até mesmo possuir um roteiro. Ou seja, a equipe de roteiristas escreve tudo em base dessa cena antecipadamente planejada.
Pena que o mundo mágico foi pouco aproveitado. Poucas coisas novas foram mostradas, mas acho que essa parte ainda se sustenta. Os famosos animais fantásticos também são bem legais e dão uma levantada na moral de quem está assistindo. Os atores que encarnam nossos heróis são muito bons e simpáticos e posso dizer que carregam todo o longa nas costas. O Mads Mikkelsen (Druk – Mais Uma Rodada) faz um ótimo Gridewald e não tenho o que falar mal dele.
Fico triste, pois eu queria real ter gostado muito dele. Me simpatizo por todos os atores e até mesmo pelo diretor David Yates (dirigiu os 4 últimos Harry Potter e os 3 Animais Fantásticos), mas não deu. Acredito que o fã saudoso vá gostar, pois é difícil ele dar o braço a torcer de que é ruim. E claro, tem momentos bons, inclusive quando chegamos em Hogwarts e a música clássica de Harry Potter toca. Impossível não se encher de nostalgia e não ficar feliz nesses momentos, mas fica só nisso mesmo. Uma pena.