Andor – 2ª Temporada
A segunda temporada de Andor também é a última dessa excelente série. Ela é a prequel direta que dá origem ao filme Rogue One: Uma História Star Wars (2016), que, por consequência, dá início à trilogia clássica de Star Wars criada em 1977. Dessa vez, ela teve um formato diferente: em vez de ser lançado um episódio por semana, foram lançados três episódios juntos, o que equivale a um arco e um ano na vida de Cassian Andor (Diego Luna). Não apenas vemos a evolução de Andor, como também a da Rebelião. O que era uma fagulha agora se torna algo realmente organizado e pronto para destronar o Império. A conclusão épica da série conseguiu unir várias pontas soltas que deixou no caminho e continua a explorar os temas de sacrifício e resistência por pessoas comuns.
Sinopse: A segunda temporada de Andor acelera a jornada de Cassian Andor (Diego Luna) e da Aliança Rebelde nos quatro anos que antecedem Rogue One, com cada arco de três episódios representando um salto temporal. A trama aprofunda a construção da rebelião através de atos de sabotagem, espionagem e sacrifícios, mostrando a evolução de personagens como Mon Mothma (Genevieve O’Reillly) e Luthen Rael (Stellan Skarsgård) em meio à opressão crescente do Império. Esta temporada final liga diretamente os eventos da série ao filme, revelando as origens dos personagens e as tensões que moldaram a luta pela liberdade na galáxia.
Quando iniciei esta temporada, automaticamente notei o quanto ela estava mais bonita. A cinematografia era impressionante e o design de produção estava em um outro nível de qualidade. A ideia de pegar a estética que deu origem a Star Wars lá na década de 70 foi acertada e muito bem colocada. Fiquei imerso rapidamente e logo pude curtir a série desde o início. Juntou-se a isso a qualidade do roteiro e da direção, junto com atuações excepcionais de cada um dos atores dessa produção, e temos mais um clássico Star Wars. Ela dá destaque à luta de pessoas comuns que cansaram de sofrer e que resolveram fazer a diferença. Antes de Luke Skywalker poder correr, cidadãos comuns tiveram que iniciar a Rebelião andando bem devagar.
A série ter decidido ir por uma abordagem mais adulta foi uma ótima decisão. Embora fique claro que essa é uma decisão que não agradou a todos. Nela, não existe fantasia e muito menos temos cavaleiros jedi capazes de empunhar sabres de luz e ter uma luta homérica. É a luta do povo contra a opressão. Pela primeira vez, fica nítido o quanto o Império era fascista e completamente intransigente e nada justo. Esses detalhes a tornam mais humana e mais fácil de se identificar. Ver Mon Mothma indo contra tudo isso no senado nos dá a sensação de que o bem ainda reside na galáxia, e acompanhar sua fuga foi um dos momentos mais sensacionais dessa saga.
A evolução de nosso herói (ou seria anti-herói?), Cassian Andor, também é nítida e satisfatória. Antes era somente um cara que queria sobreviver; agora, vemos aos poucos ele pegando as rédeas da situação e aceitando ser um líder. Para chegar até aqui, ele teve muitos sacrifícios. A decisão final de Bix Caleen (Adria Arjona) é crucial para o seu destino, mesmo que seja bem dolorosa. A sua relação com Luthen é complexa. Em alguns momentos, parecem pai e filho, mas é mais como mestre e aprendiz. Assim como Cassian, Luthen não era exatamente um herói, mas estava disposto a tudo para livrar a galáxia desse mal. E que final para Luthen! Os últimos episódios da série podem ser colocados em uma prateleira especial, pois foram completamente perfeitos.
A segunda temporada de Andor é um primor absoluto. Me sinto triste pelo seu fim, mas feliz que acabou perfeito, sem precisar prolongar demais a história desse personagem em que eu não dava nada, mas que entregou tudo. Uma série madura, impactante e que foi capaz de tirar o nosso fôlego até o último momento. Os últimos anos de Cassian, junto com a nascente e o crescimento da Rebelião, é um desfecho inevitável e profundamente comovente, que serve como uma ligação perfeita com Rogue One. Sabemos o destino do personagem mais à frente, mas aqui vemos toda a sua origem e o legado de sacrifício e liberdade que ele deixou pelo caminho. Perfeita. Nota 10.