A Bela e a Fera (2017)
Uma boa história merece ser contada e recontada inúmeras vezes, e de todas as forma possíveis. “A Bela e A Fera”, animação de 1991, era o meu filme favorito quando criança e, com o passar dos anos, isso não mudou. Não sei quantas vezes vi essa animação e não sei quantas vezes chorei na cena principal. Eis que ao assistir ao live action “A Bela e a Fera”, de 2017, me assustei ao perceber que derramei a mesma quantidade de lágrimas.
O que mais vale ressaltar é que esta é a opinião não só de uma crítica, como de uma fã. Eu amei o filme porque sou fã? Não, o fã não perdoa, o fã é o que mais faz comparações e o fã muitas vezes é o que mais se decepciona. Felizmente, essa não foi uma dessas vezes. Vi no cinema os críticos mais céticos e pouco sentimentalistas derramarem uma lágrima furtiva. O que isso prova? Simples, este tipo de filme é feito para emocionar o adulto que cresceu assistindo essa história, o adulto que via o filme ao longo dos anos 90 com seu filho e a criança que talvez ainda nem tenha visto a animação. Meu querido leitor, um filme é considerado bom para um crítico, principalmente, quando cumpre sua proposta. Se a proposta era emocionar, ele o fez com maestria.
Quando assisto à uma adaptação cinematográfica de um livro que gosto, por exemplo, não consigo deixar de comparar os personagens com os atores, fico pensando que talvez aquele elenco não seja o melhor, mas até nisso a Disney superou minhas expectativas. Eu vi muitas versões de “A Bela e a Fera”, desde o desenho, passando pela versão francesa de 2014, “Teatro dos Contos de Fada” 1982 (de Sheley Duval), o telefilme de 1987 com Rebecca De Mornay, o seriado de 1987, peças de teatro, dentre outros, mas nunca, repito, NUNCA encontrei um elenco tão incorporado. Emma Watson, não fique triste por ter recusado o papel em “La La Land” que rendeu Oscar a Emma Stone, você é e sempre será a Bella.
Apesar do filme ter sido extremamente fiel ao “original”, foram colocadas cenas e personagens até então inexistentes, porém, esses acréscimos não prejudicam em nada a produção, muito pelo contrário, explicam coisas que nós crescemos nos perguntando.
Mais uma vez, Disney mostra à que veio fazendo um verdadeiro espetáculo da Broadway em forma de filme. As cenas musicais são lindíssimas e extremamente bem coreografadas. O elenco é todo condizente, Gaston (Luke Evans de “Drácula”), o bule de chá Madame Samovar (ou Mrs.Potts) (Emma Thompson), o candelabro Lumiére (Ian McGregor de “Moulin Rouge”), o relógio Cogsworth (Sir Ian McKellen de “Senhor dos Anéis”) e o príncipe encantado/fera que é, nada mais, nada menos, o ator Dan Stevens (O Matthew Crawley de Downton Abbey). Alias, achei interessantíssimo usarem dois atores da série Downtown Abbey em dois live actions da Disney. Lily James como Cinderella e Stevens como Fera.
Este é, até agora, o melhor filme do ano, com uma fotografia lindíssima, por favor, não cometa o absurdo de não ir assisti-lo. É um espetáculo a ser visto e aplaudido de pé. Dica, não saia antes dos créditos.